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Interior

Polícia vai fiscalizar ruas de Guia Lopes e prender quem furar isolamento

Aviso foi emitido em nota assinada pelo promotor Allan Carlos Cobacho do Prado, que atua em Guia Lopes e Jardim

Anahi Zurutuza | 11/05/2020 18:29
Quase nenhum movimento em avenida de Guia Lopes da Laguna (Foto: O Pantaneiro)
Quase nenhum movimento em avenida de Guia Lopes da Laguna (Foto: O Pantaneiro)

As polícias Civil e Militar reforçarão a fiscalização do decreto que impôs isolamento social radical para moradores de Guia Lopes da Laguna, cidade de 10 mil habitantes que confirmou, em uma semana, 34 casos do novo coronavírus, a maior incidência da doença em Mato Grosso do Sul. Quem for flagrado na rua pode ficar preso por até um ano.

O aviso foi emitido em nota assinada pelo promotor de Justiça, Allan Carlos Cobacho do Prado, que atua em Guia Lopes e Jardim. Hoje pela manhã, o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, já havia sugerido o uso do poder de polícia para fiscalizar a quarentena na cidade da região sudoeste.

Na sexta-feira passada começou a valer o chamado lockdown no município a 277 km de Campo Grande. A prefeitura escalonou a saída dos moradores de acordo com o mês de nascimento. Conforme o decreto, assinado pelo prefeito, Jair Scapini (PSDB), até dia 14 de maio as pessoas podem sair de casa até duas vezes na semana, mas exclusivamente para atender necessidades básicas, como ir ao mercado e à farmácia.

Descumprir o decreto, ressalta o promotor, é crime previsto no artigo 268 do Código Penal, que prevê pena de detenção de 1 mês a 1 ano. Se a pessoa flagrada na rua tiver suspeita da doença ou testado positivo para o novo vírus, a pena pode chegar a 15 anos de reclusão.

Sem socorro - Na “nota de esclarecimento à população”, o promotor lembra que o município não possui respiradores, equipamentos indispensáveis para salvar as vidas de pacientes graves da covid-19. Um aparelho deve ser enviado pelo Governo de Mato Grosso do Sul.

Allan Carlos do Prado pontua que em Jardim há um aparelho, mas que a cidade vizinha não tem leito de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) reservado a pessoas com o novo vírus.

“O sistema de saúde regional não está preparado para enfrentar surto elevado da covid-19”, conclui o promotor.

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