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Interior

Policial diz que matou depois de ser provocado e agredido em cinema

Vítima teria dado tapa no rosto do filho do suspeito e ainda tentado pegar sua arma, quando houve o disparo.

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 08/07/2019 22:21
Viaturas em frente ao shopping onde ocorreu o crime. (Foto: Adilson Domingos)
Viaturas em frente ao shopping onde ocorreu o crime. (Foto: Adilson Domingos)

Em depoimento à polícia o Policial Militar Ambiental Dijavan Batista dos Santos, de 37 anos, disse que agiu em legítima defesa, durante a discussão que terminou na morte de Julio Cesar Cerveira Filho, de 43 anos, esta tarde em uma das salas de cinema do Shopping Avenida Center, em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.

A vítima teria dado um tapa no rosto de seu filho, de 14 anos, e tentado tomar a arma do militar, pouco antes de levar o tiro fatal no pescoço. Conforme o boletim de ocorrência sobre o caso, o adolescente estava sentado ao lado da vítima no cinema, quando sem nenhum motivo Julio Cesar começou a abrir e fechar as pernas, batendo no garoto.

O outro filho do policial, de 10 anos, também acompanhava a sessão do filme Homem Aranha - Longe de Casa, que estava lotada. Dijavan teria trocado de lugar com o adolescente e pedido para que a vítima parasse com as provocações o que não aconteceu.

“Você é um idiota, você é babaca, ridículo, cuzão”, teria dito Julio Cesar ao policial.

Dijavan Batista dos Santos, de 37 anos, está preso. (Foto: Direto das Ruas)
Dijavan Batista dos Santos, de 37 anos, está preso. (Foto: Direto das Ruas)

Uma acompanhante, que seria a filha da vítima ainda teria insistido para ele parar, mas a situação se agravou. As informações iniciais eram de que ele também estaria com a mulher. À polícia Dijavan relatou que o homem começou a lhe dar chutes, deu um tapa em seu boné e socos que quebraram o seu óculos.

O comportamento do rapaz teria sido repreendido até mesmo por outras pessoas no cinema até que Julio disse que sairia do local, mas ao se levantar deu um tapa no rosto do filho mais velho do militar. Dijavan então teria se levantado e dito que iria chamar a polícia.

Já nas escadarias de saída, Júlio teria puxado a camisa do PM e dito para que eles resolvessem a situação ali mesmo. Só então o acusado teria se apresentado como Policial Militar e sacado a arma, uma pistola calibre .40. O disparo ocorreu quando Julio teria tentado tirar a arma do policial. No depoimento o policial ainda contou que tentou estancar a hemorragia e ligou para a polícia.

Como a ligação não foi atendida ele acionou em seguida o Corpo de Bombeiros e permaneceu no loca até ser detido. Dijavan foi levado primeiramente para a o pelotão da Policia Militar Ambiental que fica próximo ao shopping e em seguida para a 1º Delegacia de Policia Civil da cidade, onde está preso.

A arma que não era registrada e 12 munições também foram apreendidas. Dijavan foi interrogado pelo Delegado Rodolfo Daltro, do SIG (Setor de Investigações Gerais) e autuado em flagrante por homicídio. 

"Há fortes indícios [de legítima defesa], mas decidi lavrar o flagrante até mesmo para analisar os argumentos da defesa com maior calma", comentou o delegado. A Polícia Civil também deve recolher as imagens das câmeras de segurança da sala de cinema para apurar a versão do militar.

De família tradicional em Dourados, Julio Cesar Cerveira Filho era bioquímico e neto do ex-prefeito José Cerveira, que administrou a cidade de Dourados em 1982 e 1983.

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