Prefeito diz que contrato estava suspenso e atribui denúncia à política
Wallas Milfont disse que não gastou nenhum centavo em dinheiro público através da licitação investigada pela operação do Gaeco
Wallas Gonçalves Milfont (PDT), prefeito de Itaporã, cidade a 277 km de Campo Grande, disse nesta quarta-feira (17) que o contrato assinado com a agência de publicidade vencedora da licitação investigada pelo Ministério Público já estava suspenso.
Durante entrevista coletiva em frente à sua residência, logo após as buscas feitas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o prefeito afirmou que depois da licitação surgiram denúncias de supostas irregularidades, por isso decidiu não colocar o contrato em prática.
“O contrato não foi executado, não teve pagamento, não gastamos nem um centavo dos recursos públicos com essa licitação”, afirmou Wallas Milfont. Segundo ele, por um lado essa decisão foi positiva, pois reduz os gastos da prefeitura.
Na coletiva, o prefeito explicou que a licitação para contratação de serviços de publicidade teve três empresas participantes, mas uma desistiu. A vencedora foi a agência 2000 Publicidade, que tem sede em Campo Grande e escritório em Dourados.
Além de documentos, Wallas Milfont informou que os agentes do Gaeco aprenderam também uma conversa de seu Watsapp, mas não detalhou com quem seria esse diálogo.
O Campo Grande News apurou que a denúncia que originou o inquérito civil na Promotoria de Justiça de Itaporã revelava direcionamento do processo licitação, supostamente com a participação de Wagner Leite Fortes, que foi secretário de Cultura do município até ano passado.
Produtora e escritórios – Além da casa do prefeito e da sede da prefeitura, os mandados de busca expedidos pela juíza Daniela Vieira Tardin foram cumpridos hoje na produtora de Wagner Fortes, Zoom Artes e Produções, localizada no centro de Dourados, e nos escritórios da agência em Dourados e Campo Grande.
Apesar de vencedora da licitação, a agência informou que nunca prestou serviços de publicidade em Itaporã, por isso não existe contrato.
Guerra política – Mesmo afirmando que já tinha mandado suspender o contrato antes de fazer qualquer gasto, Wallas Milfont atribui as denúncias à “guerra política” que segundo ele existe em Itaporã.
“A disputa política não acabou com a eleição de 2012. Nossa candidatura foi de oposição, vencemos um grupo tradicional da política local e desde então estamos enfrentando mais de 200 denúncias, muitas delas apenas por questões políticas. Já estamos acionando o denunciante na Justiça”, afirmou o prefeito.