Prefeitura lamenta prisão de guardas e diz apoiar ação do Gaeco
Oito integrantes da Guarda Civil de Ponta Porã foram presos hoje na 2ª fase da Operação Deviare
A Prefeitura de Ponta Porã lamentou que 15 integrantes da GCMFron (Guarda Civil Municipal Fronteira) sejam investigados por cobrar propina de pequenos contrabandistas na fronteira com Paraguai e por desviar armas e munições de traficantes.
Oito deles foram presos preventivamente nesta terça-feira (31), no âmbito da segunda fase da Operação Deviare, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Além dos mandados de prisão, o Gaeco cumpriu 17 mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e na sede da Guarda Civil, na Rua Maracaju, centro de Ponta Porã.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa do prefeito Eduardo Campos (PSDB), a prefeitura informou que oferece todo apoio necessário ao Ministério Público.
“Todo servidor que descumprir as normas legais será alvo de sindicância administrativa na esfera que nos compete e punido nos termos da legislação, observando sempre o contraditório e o direito à ampla defesa”, afirma a prefeitura. A Guarda tem 68 integrantes.
A primeira fase da operação foi desencadeada em setembro do ano passado, quando quatro guardas foram presos acusados de desviar armas e munições que estavam em depósito controlado por traficantes. O suposto desvio ocorreu em 2021.
Segundo o Gaeco, análise do material apreendido no ano passado revelou quadro de corrupção sistêmica por parte dos guardas municipais.
Os agentes são acusados de usar a função pública para obter vantagens indevidas de pessoas em situação ilegal, sobretudo de pequenos contrabandistas (“sacoleiros”). “Não raro, os guardas municipais também se apropriavam de cargas irregulares, a exemplo de cigarros e armas”, segundo o Gaeco.