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Interior

Preso com nome falso, sócio de “Cabeça Branca” vai para presídio

Charles Miller Viola foi transferido da Derf para a Penitenciária da Gameleira, na Capital

Helio de Freitas, de Dourados | 24/08/2020 10:42
Viatura em frente à mansão onde Charles morava com a esposa e filhos (Foto: Arquivo)
Viatura em frente à mansão onde Charles morava com a esposa e filhos (Foto: Arquivo)

Apontado como sócio e operador dos negócios ilícitos do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, Charles Miller Viola, 46, foi transferido no fim de semana para a Penitenciária da Gameleira, em Campo Grande.

Preso no dia 16 deste mês no município de São Gabriel do Oeste durante a Operação Chacal, desencadeada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), Charles estava em uma cela da Derf (Delegacia de Roubos e Furtos), também na Capital, mas por medida de segurança foi levado para o presídio.

Foragido da Justiça de Goiás, onde foi condenado a 12 anos de prisão por duplo homicídio, Charles viveu por 22 anos em Mato Grosso do Sul com identidade falsa em nome de Carlos Roberto da Silva. Até ser preso, ele morava com a mulher e dois filhos em uma mansão alugada em condomínio de luxo em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Recém-criado pelo Governo do Estado, o Dracco chegou ao bandido após denúncia anônima revelar que Carlos Roberto da Silva era na verdade Charles Miller Viola. Com identidade falsa, ele foi condenado em 2014, pelo então juiz federal Odilon de Oliveira, por ocultar patrimônio de traficantes internacionais.

Ao Campo Grande News, a delegada Ana Claudia Medina, coordenadora do Dracco, disse que a polícia investiga também a origem do documento de identidade em nome de outra pessoa, usado por Charles Viola.

Segundo ela, com o registro de nascimento obtido em cartório da fronteira com o Paraguai, Charles conseguiu tirar documentos verdadeiros, mas com dados falsos, em nome de Carlos Roberto da Silva.

“O papel do documento é verdadeiro. Falsos são os dados e a documentação que lá atrás gerou essa identidade. Vamos aprofundar essa investigação. Ele não se utilizou de fundo de quintal para conseguir essa identidade, foi em um cartório fronteiriço”, explicou a delegada.

Competência – Como tem pena a cumprir em Goiás, em tese, a Justiça pode determinar a transferência dele para aquele Estado. Entretanto, o advogado de defesa, Luiz Gustavo Bataglin Maciel, pediu à Justiça que o preso fosse mantido no Estado, já que Charles Viola foi autuado em flagrante em Mato Grosso do Sul por uso de documento falso.

Na sexta-feira, seguindo parecer do Ministério Público, a juíza Samantha Ferreira Barione, da 1ª Vara de São Gabriel do Oeste, reconheceu a incompetência daquele Juízo em analisar o requerimento da defesa e disse que a decisão sobre a permanência de Charles em Mato Grosso do Sul caberá à Justiça de Goiás, onde foi emitido o mandado de prisão.

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