Preso em MS, paulista ordenou decapitações para liderar PCC na fronteira
Anderson de Paula, o “Tuca”, assumiu posto de Weslley Neres dos Santos, o “Bebezão”, preso em março
Bandido sanguinário especializado em assaltar bancos e explodir caixas eletrônicos, o paulista Anderson Menezes de Paula, o “Tuca”, foi escolhido pelo alto comando do PCC (Primeiro Comando da Capital) para liderar a facção criminosa na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul.
Para conseguir a “promoção” e se tornar o novo chefe de um dos mais importantes redutos do crime organizado no continente sul-americano, "Tuca" teria ordenado a decapitação de inimigos da facção na linha internacional.
Os indícios ligando Anderson de Paula às recentes execuções tanto em Ponta Porã quanto em Pedro Juan Caballero foram descobertos pelo serviço de Inteligência da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai e repassadas à Polícia Federal brasileira.
Na tarde deste domingo (3), Senad e PF fizeram operações simultâneas nas duas cidades fronteiriças para prender o grupo liderado por Anderson.
Ele foi preso em Ponta Porã, junto com sua mulher Francisca Kelly e outros dois importantes membros da facção, Willian Meira do Nascimento, o “Bruxo” ou “Willian Demônio”, e o paraguaio Alfredo Giménez Larrea.
Segundo a polícia paraguaia, Anderson de Paula se preparava para se instalar definitivamente em Pedro Juan Caballero, onde assumiria a chefia local da facção, cargo vago desde março, quando foi preso, também pela Senad, o paulista Weslley Neres dos Santos, 35, o “Bebezão”.
Entregue à polícia brasileira e condenado no mês passado a 33 anos de prisão, “Bebezão” está recolhido na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Quando foi preso na fronteira, ele estava matriculado no curso de medicina em Pedro Juan e usava a condição de acadêmico para circular livremente pelo Paraguai.
Detalhe que chama atenção é que Willian Meira do Nascimento e o paraguaio Alfredo Giménez Larrea também tinham sido presos com “Bebezão” em março, mas foram soltos e voltaram para a fronteira.
As buscas feitas em Pedro Juan Caballero revelaram que os endereços no lado paraguaio eram usados apenas como esconderijos pelos membros do PCC, que residem de fato em Ponta Porã, mas se mobilizavam frequentemente de um lado ao outro da fronteira.
Em Ponta Porã, além das quatro prisões, a Polícia Federal cumpriu oito mandados de busca em residências, onde foram apreendidos veículos, munições e dinheiro. Em uma das casas, havia até uma máquina de contar dinheiro.