ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
AGOSTO, SEGUNDA  12    CAMPO GRANDE 22º

Interior

Programa federal inédito vai apoiar indígenas em gestão da terra

"Teko Porã" será lançado pelo MPI (Ministério dos Povos Indígenas) na quarta-feira (14), em Dourados

Por Caroline Maldonado e Fernanda Palheta | 12/08/2024 09:46
Movimento durante a Assembleia dos Guarani Kaiowá Aty Guasu, em Caarapó, em novembro de 2023 (Foto: Helio de Freitas)
Movimento durante a Assembleia dos Guarani Kaiowá Aty Guasu, em Caarapó, em novembro de 2023 (Foto: Helio de Freitas)

O MPI (Ministério dos Povos Indígenas) lança na próxima quarta-feira (14) o Programa Teko Porã para apoiar a elaboração de planos de gestão territorial e ambiental e implantar o projeto de ressocialização de indígenas Guarani Kaiowá em situação de encarceramento em Mato Grosso do Sul. A medida é inédita e faz parte de uma série de ações paralelas ao plano do governo para destravar processos de demarcação e resolver conflitos territoriais com produtores rurais.

Teko Porã significa “bem viver” em português. O secretário-executivo do MPI (Ministério dos Povos Indígenas), Luiz Eloy, fará assinatura de um TED (Termo de Execução Descentralizada) com o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) para o desenvolvimento do programa, cujo recurso financeiro ainda será anunciado.

O lançamento será na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), em Dourados. A Funai (Fundação Nacional do Índio) também estará à frente do programa que terá consultorias e outros eixos que serão detalhados durante o lançamento.

Segundo o secretário-executivo, será anunciado também um projeto de inquérito epidemiológico para analisar o impacto do agrotóxico nas comunidades Guarani Kaiowá. Os produtos são usados nas lavouras das fazendas próximas às aldeias.

“A Funai vai fazer processo para avançar nos processos demarcatórios e a gente vai avançar nas outras políticas de proteção. Vai ter um eixo para proteção das casas de reza, o que é fundamental porque tem aumentado muito os ataques às casas de reza”, explica Luiz.

Casa de reza - Esses são locais importantíssimos para os Guarani Kaiowá. Após confronto com fazendeiros, nas últimas semanas, na região da Terra Indígena Panambi, instalada no distrito de Lagoa Rica, em Douradina, o indígena Sidimar Franco Aquivel, de 27 anos, relatou a perda de um item e fez uma comparação para explicar o valor do local e dos artefatos das casas.

"Passaram por cima do nosso chiru, nosso artefato sagrado. É a mesma coisa que a gente entrar em uma igreja católica e passar por cima de um altar", disse Sidimar, após o conflito no local, que está a 192 quilômetros de Campo Grande.

Agenda com o presidente - O programa será lançado dias depois da reunião entre lideranças Guarani Kaiowá e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sexta-feira (10), em Brasília (DF) para tratar do conflito entre a comunidade e proprietários rurais na

A reunião teve a presença de membros da Assembleia Aty Guasu e da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, Paulo Pimenta; e da presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Joenia Wapichana.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias