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Interior

Quadrilha dos irmãos Toko produzia até maconha líquida para usar no narguilé

“Óleo de butano”, de alto valor, também é misturado em essência de cigarro eletrônico

Helio de Freitas, de Dourados | 14/07/2021 11:11
Pacotes de droga, pés de maconha e os presos hoje em Dourados (Foto: Divulgação/Defron)
Pacotes de droga, pés de maconha e os presos hoje em Dourados (Foto: Divulgação/Defron)

Conhecida pelas siglas BHO e também pelo nome de “óleo de butano”, maconha líquida era produzida pela quadrilha liderada pelos irmãos douradenses Carlos Quendi Koga Toko Junior, 27, e Teruo Toko Neto, 25.

A quadrilha foi desmantelada hoje (14) na Operação Kaizen, deflagrada por policiais civis de Mato Grosso do Sul com apoio de agentes do Rio de Janeiro.

Teruo Neto está preso em Bangu I no Rio de Janeiro e Carlos na penitenciária de Dourados. Eles foram alvos de novos mandados de prisão e outras 15 pessoas – 14 em Dourados em uma Campo Grande – foram presas durante as buscas de hoje.

Segundo o delegado Rodolfo Daltro, o BHO produzido pela quadrilha em Dourados é consumido junto com essências de narguilé e de cigarro eletrônico. Produto mais concentrado da cannabis, o HBO é extraído pela dissolução das folhas, galhos e brotos da maconha em gás butano.

Em contato com a matéria orgânica, o gás produz o óleo, com textura parecida com mel. Segundo a polícia, o BHO contém concentração de THC (substância psicoativa) bem superior ao encontrado em outras partes da planta.

Veja o vídeo:

Durante a operação de hoje, os policiais também apreenderam uma caixa de metal usada para transportar óleo hidráulico, mas que era usada para levar droga para o Nordeste.

Segundo o delegado Rodolfo Daltro, chefe da Defron (Delegacia de Fronteira), na caixa cabe quase meia tonelada de maconha. Selado com solda, o compartimento consegue burlar até mesmo raio-x.

Investigação – A polícia começou a desmontar a quadrilha dos irmãos Toko após a apreensão de três toneladas de maconha, skunk e “óleo de butano” em uma casa no Parque dos Jequitibás, em Dourados, no dia 11 de maio deste ano.

Segundo a Defron, os investigadores constataram que a droga era de grande qualidade. No local havia tubos de ensaio, maçaricos e gás butano, destinados à produção da maconha líquida com altíssimo poder alucinógeno. A quadrilha tinha contratado até mesmo um químico, o douradense conhecido como “Piruka”, responsável pela produção do BHO. Ele foi preso hoje.

Com dinheiro do tráfico, os líderes da quadrilha compraram duas carretas, cada uma avaliada em R$ 200 mil, que faziam viagens constantes para Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.

Conforme a Defron, apenas nos últimos seis meses a quadrilha movimentou pelo menos R$ 4 milhões usando conta de “laranjas” e compra de carros. As carretas foram apreendias hoje por ordem judicial, assim como duas motos.

Os policiais também apreenderam durante as buscas 300 quilos de maconha, skunk e cocaína. Dos 16 alvos, oito também foram autuados em flagrante por tráfico por terem sido encontrados com droga.

Em um dos endereços alvos das buscas, os policiais descobriram esquema de envio de drogas em embalagens de suplemento whey protein, despachadas pelos Correios para várias cidades brasileiras.

Outra prisão - Já no fim da manhã, a Defron prendeu mais uma pessoa no âmbito da Operação Kaizen. O traficante integrante da quadrilha foi flagrado em uma chácara com pelo menos 70 quilos de skunk.

Uma das carretas compradas com dinheiro do tráfico, apreendida hoje (Foto: Divulgação)
Uma das carretas compradas com dinheiro do tráfico, apreendida hoje (Foto: Divulgação)


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