Reincidente, empresário é preso em flagrante por violência doméstica
Levada para a UPA após consumo de droga, mulher ainda acusou Jorge Razuk Neto de estupro
O empresário Jorge Razuk Neto, 44, voltou a ser preso por violência doméstica em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Herdeiro dos negócios do pai, o ex-deputado estadual Roberto Razuk, Jorge é filho mais velho da ex-prefeita Délia Godoy Razuk e irmão do atual deputado estadual Neno Razuk (PTB). Desta vez, além de espancar a atual companheira, o empresário foi acusado por ela de estupro.
Levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) por equipes da Polícia Militar e da Guarda Municipal, Jorge Razuk Neto foi autuado em flagrante e está recolhido em uma cela da 1ª Delegacia de Polícia.
O boletim de ocorrência foi colocado em sigilo pelo delegado plantonista, mas o Campo Grande News apurou que a prisão ocorreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde o empresário teria tentado impedir a vítima de receber atendimento.
Em novembro de 2018, Jorge Razuk foi preso por espancar a então companheira e ameaçar o filho dela adolescente. Depois de quase cinco meses na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), ele foi solto em abril de 2019.
Ao determinar a soltura, o juiz Alessandro Leite Pereira, da 4ª Vara Criminal de Dourados, substituiu a pena mínima de seis meses de detenção em regime aberto por medidas cautelares e determinou indenização de R$ 20 mil para a vítima.
Escândalo na UPA – A reportagem apurou que às 22h de ontem, guardas municipais de serviço na UPA foram acionados pela enfermeira, porque Jorge estava causando tumulto na entrada de ambulâncias. Os guardas foram ao local e encontraram o empresário exaltado, tentando impedir os funcionários da unidade de atenderem a atual companheira, de 30 anos, socorrida pelo Samu (Serviço Móvel de Urgência).
Gritando, Jorge Razuk dizia que a mulher tinha sido agredida por enfermeiros em outra oportunidade, por isso, tentava impedir que ela fosse atendida no local. A pedido dos guardas, ele foi para a recepção, mas em seguida, voltou a invadir a área de emergência gritando. Diante de nova intervenção dos guardas, ele foi embora.
Droga e estupro – Minutos após a saída do empresário, o médico plantonista chamou os guardas e relatou que mulher tinha hematomas por várias partes do corpo e havia contado ter apanhado do companheiro.
Ela teria dito ao médico que vive há algum tempo com Jorge Razuk Neto e sempre sofre violência. Quando tenta ir embora, é ameaçada de morte. Ela também contou ter sofrido abuso sexual por parte do companheiro e que estaria com lesões na vagina. A mulher pediu aos guardas que tirassem foto dos hematomas, para não ser desmentida depois, como já tinha ocorrido, segundo ela.
Quando os guardas aguardavam a liberação da mulher para levá-la até a delegacia, Jorge Razuk Neto voltou à UPA em uma SUV Toyota Hilux. Muito exaltado e bêbado, ele ameaçou retirar a mulher da unidade. Foi preciso pedir reforço da Polícia Militar.
O empresário contou que tinha tomado cerveja, mas negou ter espancado a companheira e alegou que ela sofre de esquizofrenia. Ele disse que a vítima tinha se envolvido em uma briga com outra mulher, por isso, estava com hematomas. Jorge alegou ainda que tentou separar a briga e, por isso, também tinha lesões.
Como estava muito alterado, Jorge Razuk Neto foi algemado e levado para a Depac e autuado em flagrante. A mulher permaneceu internada na UPA.
Outro caso – Jorge Razuk havia sido preso no dia 28 de novembro de 2018 por ameaça, apropriação indébita, desacato e violência doméstica por enforcar e ameaçar a então companheira com uma faca. Ele também teria ameaçado o filho dela, de 18 anos, que tentou defender a mãe da agressão.
No dia 21 de dezembro daquele ano, o empresário foi solto, mas não podia se aproximar da mulher. A vítima relatou à Justiça o descumprimento da medida e ele foi preso de novo.
Em abril de 2018, ele liberado da prisão, mas foi condenado a pagar indenização de R$ 20 mil para a vítima. Ele também teve os direitos políticos suspensos, ficou proibido de frequentar bares, boates e de se ausentar da comarca sem autorização judicial, além de ter de comparecer em juízo mensalmente, por período de dois anos. A vítima daquela agressão se mudou de Dourados.