Juiz decreta prisão de filho de prefeita por descumprir medida protetiva
Jorge Razuk Neto estava proibido de se aproximar da mulher, mas a ameaçou se continuasse com processo de separação; ele havia sido preso em novembro, por desacato e agressão
A Justiça de Dourados decretou a prisão de Jorge Razuk Neto, 41 anos, filho mais velho da prefeita Délia Godoy Razuk (PR) por desrespeitar medida protetiva e se aproximar de mulher, Fernanda Maria Vitória Araújo, 40 anos, que iniciou processo de separação. Depois de agressão ocorrida em novembro, ele teria voltado a se aproximar, com ameaças contra ela e o enteado.
A denúncia foi encaminhada pelo MPE (Ministério Público Estadual) à 4ª Vara Criminal de Dourados e deferida pelo juiz Alessandro Leite Pereira no dia 13 de março deste mês. No processo, consta que o mandado de prisão foi expedido no mesmo dia e informado à polícia, mas não há informação do cumprimento e para qual unidade policial ele teria sido levado.
Razuk Neto havia sido preso no dia 28 de novembro de 2018 por ameaça, apropriação indébita, desacato e violência doméstica por enforcar e ameaçar Fernanda com uma faca. Ele também teria ameaçado o enteado, Kalkri Avatara Vitória Araújo Cirino, 18 anos, que tentou defender a mãe da agressão. No dia 21 de dezembro foi beneficiado com liminar, não podendo se aproximar da mulher, beneficiada com medida protetiva.
Fernanda relatou à Justiça o descumprimento da medida. No relato que determinou a nova prisão, consta que, no dia 1º de março, ela estava em um supermercado de Dourados, quando Razuk Neto aproximou-se, pedindo para conversar. Diante da recusa, teria ameaçado o enteado, dizendo que alguns amigos “iriam furá-lo”. Ele a agarrou à força e só teria soltado após intervenção do segurança do estabelecimento.
No dia 12 de março, antes da audiência de conciliação, ligou para a casa da vítima dizendo para que desistisse da ação e reatasse o relacionamento, caso contrário, se tornaria sua inimiga.
Para o magistrado, o filho da prefeita “demonstra dar de ombros aos comandos impostos, não podendo a vítima viver momentos de intenso medo”. O réu, conforme avaliação de Pereira, demonstra ser “uma pessoa sem limites e que despreza a lei”. No decreto, a manutenção da liberdade, “virá renovar atos criminosos”.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Razuk.