Sem acordo em vista, vítimas do Nasa Park caminham para 3ª tentativa
Ministério Público chamou moradores atingidos pelo rompimento da barragem para reunião no dia 11 deste mês
Ainda sem conseguirem acordo, famílias afetadas pelo rompimento da barragem Nasa Park, em Jaraguari, a 47 km da Capital, caminham para uma terceira reunião junto ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). A tragédia completou três meses no dia 20 de novembro e até agora pessoas que perderam casa, criações de animais e a renda não foram ressarcidas de nenhuma maneira.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Após três meses do rompimento da barragem Nasa Park em Jaraguari, as famílias afetadas ainda não receberam indenização e se preparam para uma terceira reunião com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Apesar das tentativas de mediação, como a realizada pelo Compor/MS, as vítimas relatam frustração com a falta de progresso nas negociações. Luzia Ramos, uma das afetadas, expressa sua angústia diante das contas que continuam a chegar e da dificuldade em retomar seu tratamento de saúde, ressaltando que as reuniões não têm trazido soluções concretas para a situação crítica que enfrentam.
Em entrevista concedida nesta manhã (2), Luzia Ramos, de 60 anos, relata que após duas reuniões com o MP, nada foi resolvido. Uma terceira reunião foi marcada para o dia 11 deste mês com ela e os demais moradores afetados pelo rompimento da barragem.
“Aqui a gente não conseguiu nada, só reunião, falatório, mas infelizmente ninguém conseguiu nada e a gente está aqui no sufoco, só Deus sabe o que a gente está passando”, desabafa.
Enquanto nenhum tipo de acordo é concluído, Luzia desabafa que as contas não param de chegar. “Meu nome já está restrito, perdi todos os cartões, estou sem trabalhar e eu não consegui mais voltar ao trabalho”, pontua.
Luzia sofreu de derrame na cartilagem e no momento não está conseguindo dar continuidade ao tratamento, que custa em torno de R$ 4 mil. “Preciso voltar para o meu tratamento, porque eu estou passando muito mal, com muita falta de ar. Estou sentindo dores muito violentas”, afirma.
Chateada, a moradora desabafa que as sucessivas reuniões não resolvem nada para ela e as demais famílias que perderam tudo. “Reunião não paga conta, o MP devia fazer esses caras pagarem. A gente perdeu tudo e tem que ficar provando o que tinha dentro da casa”, completa.
No dia 25 de novembro, o Compor/MS (Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica) realizou sessão de mediação com os donos do loteamento de luxo com o propósito de chegar a uma solução consensual que assegura a recuperação ambiental e o suporte às vítimas.
Na manhã desta segunda-feira, a reportagem procurou um dos responsáveis pelo Nasa Park através do telefone disponível para saber o resultado dessa reunião, questionando se houve algum avanço nas tratativas, porém não obteve retorno até o fechamento da reportagem. O espaço segue aberto.
O Ministério Público também foi procurado através dos canais disponíveis, mas não respondeu às perguntas relacionadas à reunião do dia 25.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.