ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 27º

Interior

“Sem restrições, teremos pessoas morrendo nas ruas”, diz médico paraguaio

País vizinho está com saúde em colapso, mortes em alta e só 0,7% da população vacinada

Helio de Freitas, de Dourados | 24/05/2021 15:12
Paciente com covid-19 é atendido em hospital do Paraguai (Foto: Jornal Hoy)
Paciente com covid-19 é atendido em hospital do Paraguai (Foto: Jornal Hoy)

Se o Paraguai não adotar medidas de restrição para frear o contágio pelo coronavírus como fez a Argentina na semana passada, pessoas vão morrer nas ruas sem atendimento em decorrência de complicações da covid-19. Leitos de UTI estão ocupados, inclusive em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Mato Grosso do Sul.

O alerta foi feito nesta segunda-feira (24) pelo médico Carlos Morínigo, chefe de contingência e coordenador do Instituto Nacional de Enfermidades Respiratórias e do Ambiente.

Ao cobrar ações urgentes por parte do governo do presidente Mario Abdo Benítez, o médico disse que a situação da pandemia é incontrolável naquele país que tem pelo menos 1.100 quilômetros com MS.

São sete cidades sul-mato-grossenses consideradas gêmeas de cidades paraguaias, onde a linha internacional é apenas uma rua e a circulação de pessoas é livre de ambos os lados da fronteira. Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS), por exemplo, possuem juntas quase 210 mil habitantes.

O médico paraguaio Carlos Morínigo (Foto: La Nación)
O médico paraguaio Carlos Morínigo (Foto: La Nación)

“Estamos conscientes da situação econômica atual, mas não podemos mais ignorar nossos doentes e mortos. É nosso dever falar da realidade em defesa de um diálogo nacional pela saúde de todos os paraguaios”, afirmou Morínigo em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (24).

Diante do colapso sanitário, o médico pediu quarentena total por pelo menos duas semanas. “Nossa única esperança é a vacinação massiva, mas isso é impossível pela quantidade de vacina que chega”, afirmou ele, segundo o jornal Diário Hoy.

Com 51.780 pessoas totalmente vacinadas (duas doses), o Paraguai imunizou até agora apenas 0,7% da população de pelo menos 7 milhões de habitantes.

“Se não forem adotadas medidas mais restritivas, teremos tempos sombrios para nossa nação, vendo nossos pacientes morrerem nas ruas”, disse o médico ao citar a necessidade de lockdown devido ao aumento das mortes entre a população economicamente ativa.

Carlos Morínigo pediu ao governo a adoção de ajuda necessária aos setores da economia que serão afetados e decretar confinamento por 14 dias. Ele também apelou à população para fazer quarentena por conta própria, para salvar vidas.

Nos siga no Google Notícias