Sem salário, hospital pode ser acionado na Justiça para atender pacientes
Em resposta ao sindicato dos enfermeiros, Secretário de Saúde reafirmou que repasse para Hospital o Evangélico está em dia
O Hospital Evangélico, que enfrenta ameaça de greve dos enfermeiros por atraso nos salários, corre risco de ser acionado na Justiça e até descredenciado do Ministério da Saúde se deixar de prestar serviços de oncologia, nefrologia e cirurgia cardíaca a pacientes de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. A afirmação é do secretário de Saúde do município, Sebastião Nogueira.
Pelo menos 250 profissionais de enfermagem do hospital particular ameaçam entrar em greve a partir do dia 24 deste mês caso a empresa não pague os salários de junho. A greve deveria começar ontem, mas os funcionários decidiram adiar a paralisação diante da promessa do Evangélico de pagar a folha até o fim da próxima semana.
Em dia – Em resposta a um ofício do Siems (Sindicato dos Enfermeiros de Mato Grosso do Sul), Sebastião Nogueira afirmou que o Evangélico por produção dos procedimentos executados. Segundo ele, o pagamento está em dia.
“A Secretaria Municipal de Saúde repassa o pagamento ao referido hospital imediatamente após o recebimento dos recursos do Estado e União, não havendo atraso nos repasses da Secretaria Municipal de Saúde para o Hospital Evangélico”, informou Nogueira. Conforme o secretário, os recursos são para pagamento de assistência médica de alta complexidade nas áreas de oncologia, nefrologia e cirurgia cardíaca.
“Caso o hospital tenha desviado para outro fim os repasses efetuados pela Secretaria Municipal de Saúde, bem como se esses prestadores não receberem os pagamentos a eles destinados e a população ficar desassistida dos serviços contratados pelo SUS, o Hospital Evangélico será notificado e serão tomadas as providências legais para exigir que os serviços sejam executados conforme contratado a fim de garantir o integral atendimento dos pacientes da rede pública de saúde”, declarou o secretário.
Sebastião Nogueira reafirmou ao sindicato dos enfermeiros que o Hospital Evangélico é uma empresa privada, “cabendo somente a ela a responsabilidade de pagamento de seus servidores e fornecedores”.
Esperando o repasse – No início desta semana, a direção do hospital informou aos funcionários que aguarda o repasse dos recursos do Ministério da Saúde para colocar a folha em dia. O valor atrasado chega a R$ 400 mil.
Ontem, o superintendente do HE, Eliezer Branquinho, ao se reunir com os enfermeiros paras pedir a suspensão da greve por uma semana, disse que o hospital pagará os salários até o dia 24, mas não informou a fonte do dinheiro.