Servidor de prefeitura xinga segurança de "preto fedido" ao ser retirado de bar
Ao descobrir que autor costumava fazer o mesmo com outras pessoas, a vítima resolveu denunciar
Servidor da Prefeitura de Jardim, cidade a 236 km de Campo Grande, é acusado de racismo contra o segurança de um bar no município. O acusado chamou a vítima de “preto fedido”.
Segundo consta no boletim de ocorrência, a vítima, de 44 anos, estava trabalhando em um bar no centro da cidade, quando na madrugada, precisou retirar o servidor, de 39 anos, do local, pois estava embriagado e causando problema.
Ao retirá-lo, foi chamado de “preto fedido”. O homem ainda disse ao segurança que “ali não era lugar para ele”.
Em seguida, o funcionário da prefeitura foi levado por um familiar e a vítima continuou seu serviço.
À polícia, a vítima contou que o caso aconteceu no inicio do mês (3) e que não iria denunciar, mas após descobrir que o autor fazia isso com outras pessoas negras, resolveu registrar a ocorrência.
Nas redes sociais, familiares relataram a indignação. Uma mulher escreveu: “Fiquei sabendo que um coordenador de um órgão da Prefeitura ofendeu um parente meu com xingamentos ofensivos e racistas até de Preto fedido foi chamado, nossa que coisa feia isso ne meu povo, isso ninguém comenta ne, estamos horrorizados com esse acontecimento... Estava ali trabalhando ganhando o pão de cada dia, e esse cidadão vem beber e dar um de bom pra cima dos outros”, reclamou.
A irmã da vítima também relatou ocorrido. “Meu irmão, no exercício de suas funções como segurança e agindo estritamente de acordo com a Lei, se recusou a permitir a entrada do mesmo, pois havia sido convidado a se retirar do local porque estava totalmente embriagado e trombando nas mesas dos demais clientes que ali estavam, causando transtorno. Com a represália de não poder entrar mais no local, ele aproximou do segurança e começou a xingar de "preto fedido", entre outras expressões de baixo calão. Quero aqui pedir que seja feita a promoção da Igualdade, da Liberdade de expressão, do direito a todos sem discriminação de raça, gênero, orientação sexual, crença religiosa e origem social."
O caso foi registrado como injúria racial e será investigado. A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Jardim, mas nenhuma ligação foi atendida.