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Interior

Sete vereadores, entre eles presidente da Câmara, são levados ao MPE

Vereadores conduzidos de suas casas até a sede do Ministério Público de Rio Brilhante pelo Gaeco são investigados por suspeita de recebimento de diárias fraudulentas desde 2013

Helio de Freitas, de Dourados | 24/02/2016 09:00
Vereadores Giancarlo da Rocha, Totinha, Sergio Martins Rigo e Aguinaldo Lima Pereira (Foto: Rio Brilhante News)
Vereadores Giancarlo da Rocha, Totinha, Sergio Martins Rigo e Aguinaldo Lima Pereira (Foto: Rio Brilhante News)

Pelo menos sete vereadores de Rio Brilhante, a 163 km de Campo Grande, foram levados na manhã de hoje (24) para a sede do MPE (Ministério Público Estadual) na cidade, onde são ouvidos neste momento por promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Desde 6h de hoje equipes do Gaeco fazem operação na cidade. Pelo menos 30 policiais e promotores de Justiça estiveram na residência dos vereadores e na sede do Legislativo.

Presidente e ex-presidente – O Campo Grande News apurou que entre os sete levados para depoimento através de condução coercitiva estão o ex-presidente da Câmara Dejair Gomes (Pros), o Totinha, o atual presidente Sérgio Carlos Martins Rigo (Pros), o ex-primeiro secretário Aguinaldo Lima Pereira (PPS) e o ex-segundo secretário, Giancarlo Mariano da Rocha (PPS).

Os quatro são investigados desde julho do ano passado por suspeita de recebimento de diárias fraudulentas de 2013 até 2015.

Com 34 mil habitantes e localizado a 65 km de Dourados, o município de Rio Brilhante é um dos maiores produtores de grãos de Mato Grosso do Sul. A Câmara tem 13 vereadores e o salário mensal bruto mensal gira em torno de R$ 6 mil.

Diárias – De acordo com a investigação do MP, nos dois anos em que foi presidente da Câmara, Dejair Gomes recebeu R$ 203,8 mil em diárias e verbas indenizatórias – R$ 99,2 mil em 2013 e R$ 194,6 mil no ano seguinte.

O montante representa uma média de R$ 8,4 mil por mês em diárias. Mesmo fora da mesa diretora, Totinha continuou recebendo diárias e sendo ressarcido por despesas feitas no exercício do mandato. De janeiro a junho de 2015 foram R$ 20,3 mil.

Aguinaldo Lima Pereira também recebeu valores consideráveis, segundo o portal da transparência da prefeitura. Foram R$ 61 mil em 2013 e R$ 67,2 mil em 2014.

Aguinaldo continua fazendo parte da mesa diretora e atualmente ocupa o cargo de segundo secretário. Até julho do ano passado ele recebeu R$ 13,8 mil em diárias e verbas indenizatórias.

Giancarlo Mariano da Rocha, que na gestão passada era segundo secretário e na atual diretoria é primeiro secretário, recebeu R$ 27,9 mil em 2013, R$ 25,5 mil em 2014 e acumulou R$ 27 mil em diárias até julho de 2015.

No ano passado, quando o Campo Grande News noticiou a investigação do Gaeco, Dejair Gomes rebateu as informações de que teria recebido R$ 203 mil em diárias em 2013 e 2014, período em que foi presidente da Câmara.

Em “nota de esclarecimento”, ele afirmou que desse montante, “apenas” R$ 59,5 mil eram relativos a diárias e que o restante – R$144.305 mil – é proveniente de verba indenizatória, um valor previsto em lei para o presidente do Legislativo.

Aguinaldo Lima Pereira recebeu no referido período R$ 69,145 mil em verbas indenizatórias e R$ 59,181 em diárias. “Da mesma forma o atual presidente Sergio Carlos Martins Rigo e o 1º secretário Giancarlo Mariano da Rocha têm o direito a receber o acréscimo por ocuparem os referidos cargos, sendo que os valores pagos são feitos dentro da legalidade, previstos em lei específica e estão disponibilizados no portal da transparência”, dizia a nota.

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