"Tudo lembra ela", diz primo sobre menina morta após estupro
Criança foi sequestrada na frente de casa e encontrada morta em matagal; assassino foi preso
"Tudo lembra ela e assim revivem a dor da partida toda hora". As poucas palavras descrevem a dor da família da criança de apenas 6 anos, sequestrada, estuprada e morta, em Douradina, a 196 km de Campo Grande. O assassino está atrás das grades e confessou o crime, alegando que estava "muito louco" depois de usar drogas.
A mãe, avó e tia estão abaladas, segundo o primo da menina, que terá a identidade preservada pela reportagem do Campo Grande News. "No momento peço para que não procurem a mãe dela nem a avó ou a tia, pois todas ainda estão em choque com o acontecido. Têm passado por dias difíceis desde o ocorrido", lamenta.
O rapaz descreve a priminha: "Um amor de pessoa, tinha um jeito cativante e carinhoso com as pessoas próximas a ela. Infelizmente isso tudo veio ao fim com uma morte brutal da qual foi vítima. Difícil de acreditar em tudo que aconteceu", afirma.
No momento, a família tenta juntar os cacos e pede justiça, para que o assassino não seja solto. "Ainda choramos a partida dela, pela forma como tudo aconteceu. Agora clamamos por justiça e esperamos que o vagabundo que fez isso nunca mais ganhe liberdade, pois tememos que ele possa fazer outras vítimas".
Crime - Na sexta-feira, 24 de fevereiro, depois de fumar crack com amigos, Marcos Antônio Barrios, de 18 anos, disse ter visto uma moto Honda Biz na casa da menina de 6 anos e decidiu furtar o veículo. Ele levou a moto a um galpão e depois voltou para perto da casa, junto aos amigos.
Ao ver a menina em frente a casa, ele decidiu sequestrá-la. “Estava muito doido”, disse o assassino, na delegacia. A menina foi arrastada até o mato, teve as mãos e pés amarrados e foi estuprada. Com um pedaço da roupa da criança, ele a estrangulou até a morte.
Marcos Antônio foi preso na madrugada de sábado e levou os policiais ao local onde estava o corpo da menina. “Ele afirmou que estava fora de si em razão do uso de substância entorpecente, mas se recorda que, após o estupro, deixou a criança amarrada e depois retornou ao local para confirmar se ela estava com vida”, afirmou o delegado Mateus Rocha.
Os investigadores acreditam que Marcos Antônio queria ter certeza que a menina estava morta, para não correr o risco de ser reconhecido posteriormente.
Após preso, ele acabou confessando outro estupro, de uma menina indígena de 7 anos, no Réveillon passado. Além do crime sexual, ele agrediu a menina. Em decorrência dos ferimentos, a criança ficou um mês internada no HU (Hospital Universitário), em Dourados. “Em razão disso, por ter deixado essa ponta solta, neste segundo crime ele retornou ao local para eliminar possível identificação”, pontuou Rocha.
Conforme o delegado, após o primeiro crime, no Ano Novo, Marcos Antônio tentou mudar o visual e voltou a usar a cor natural do cabelo (na época do primeiro estupro estava descolorido), para tentar dificultar ser reconhecido.