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Interior

Vinte dias depois, seis empresários do cartel do gás continuam presos

Onze comerciantes de Dourados, Nova Andradina e Campo Grande que combinavam preço do gás e controlavam pontos de venda foram denunciados na semana passada pelo Ministério Público

Helio de Freitas, de Dourados | 16/04/2018 11:51
Policiais militares e agentes do Gaeco durante operação que desmantelou cartel do gás de cozinha em Dourados (Foto: Adilson Domingos)
Policiais militares e agentes do Gaeco durante operação que desmantelou cartel do gás de cozinha em Dourados (Foto: Adilson Domingos)

Seis dos oito empresários do ramo de gás de cozinha presos em 27 de março continuam atrás das grades em Dourados, a 233 km de Campo Grande, 20 dias após a Operação "Laisse Faire", que desmantelou o esquema de cartel de gás de cozinha em Mato Grosso do Sul.

Continuam presos Márcio Sadão Kushida, Cesar Meirelles Paiva, Rubens Pretti Filho, Mauro Victol, Josemar Evangelista Machado e Rogério dos Santos Almeida. Gregório Artidor Linné e Josemar Evangelista Machado ficaram uma semana presos e saíram há 14 dias, após o juiz da 1ª Vara Criminal Luiz Alberto de Moura Filho revogar a prisão preventiva deles.

Mauro Victol, Rubens Pretti Filho e Márcio Kushida já pediram habeas corpus, mas o juiz negou para os dois primeiros e ainda não decidiu sobre o pedido feito por Kushida.

Denunciados – No dia 6 deste mês o Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou os oito empresários e outras três pessoas, acusados de integrar o cartel montado para controlar o preço e os pontos de revenda do gás de cozinha.

Os outros denunciados foram Daiane Lazzaretti Souza, também de Dourados, Diovana Rosseti Pereira, gerente da distribuidora Copagaz em Campo Grande, e Hamilton de Carvalho Rocha, gerente da distribuidora da Ultragaz, também na Capital. O Poder Judiciário ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia.

Segundo a denúncia, os empresários do cartel de gás ameaçavam concorrentes para adotarem o preço que o esquema definia. Também sob ameaças, pequenos revendedores eram impedidos de comprar de quem vendia mais barato.

Quem não se submetia às regras da quadrilha era ameaçado e pressionado até cumprir as “normas”, ou sucumbia e tinha de fechar as portas porque não conseguir nem mesmo renovar o estoque. Até caminhão vendendo gás mais barato os empresários do esquema colocavam na frente dos depósitos dos concorrentes, para obrigá-los a aceitar as regras.

Em 2016, o comerciante Luciano Soares Senzack, foi assassinado aos 39 anos de idade em sua pequena revenda de gás de cozinha e água mineral no BNH 3º Plano, região norte da cidade.

Uma testemunha ouvida pelo Ministério Público durante as investigações do cartel do gás revelou que Luciano foi morto por não se submeter às regras do esquema.

O autor confesso do assassinato é Mauro Victol. Dois dias após o assassinato de Luciano, Mauro se entregou à polícia e disse que agiu em legítima defesa por se sentir ameaçado pelo comerciante, por um problema envolvendo dívida da vítima com o autor.

No dia 26 de janeiro deste ano, Mauro Victol, que aguardou o julgamento em liberdade, foi condenado a sete anos e um mês em regime semiaberto, já que os jurados acataram a versão de homicídio simples.

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