Justiça manda afastar executivo da Eldorado Celulose e da JBS
A Justiça Federal determinou nesta semana que o executivo Joesley Batista seja afastado da presidência do conselho da holding J&F, controladora da Eldorado Celulose e da JBS. A medida faz parte da Operação Greenfield, que investiga esquema fraudulento envolvendo várias empresas, entre elas a Eldorado.
Batista é suspeito de, ao lado do irmão Wesley, manter contrato de R$ 190 milhões para mascarar o suborno a um empresário concorrente para que não revelasse informações de interesse da investigação, descumprindo então acordo feito anteriormente com o MPF (Ministério Público Federal).
Os irmãos tiveram os bens desbloqueados e teriam que depositar R$ 1,5 bilhão em juízo como seguro-garantia, podendo também continuar no controle das empresas. Porém, foi verificado pela promotoria indícios de ilegalidade na contratação de auditorias na tentativa de mascarar irregularidades.
Segundo o Estadão, a decisão da 10ª Vara Federal de Brasília (DF) de afastar Batista do comando das empresas foi dado na quinta-feira (30) e também determinou o bloqueio das ações da J&F na Eldorado, uma das principais empresas de Três Lagoas e que puxou a recente expansão industrial da cidade, localizada a 338 km de Campo Grande.
A J&F frisou em nota que todas as decisões serão cumpridas. A holding foi alvo da operação no dia 8 de março, quando foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão pela PF (Polícia Federal) em Ribas do Rio Pardo.
Operação - Deflagrada em novembro do ano passado, a operação é uma investigação conjunta com o MPF (Ministério Público Federal) de supostos prejuízos acumulados de até R$ 50 bilhões nos maiores fundos de pensão de estatais do país.
Na ocasião, a suspeita é que os grupos adquiriram cotas em oito fundos de investimentos por valores superfaturados. Os principais alvos da Operação Greenfield, na ocasião, foram Funcef (dos funcionários da Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).
Já na informação mais atualizada obtida, um total de 38 empresas foram investigadas pela Greenfield, segundo a PF. Entre elas as construtoras Engevix, OAS e WTorre, a IBG Eletrônica, Sete Brasil, GruPar, Santander, Bradesco, Invepar - braço da OAS - e a empresa de auditoria e consultoria Deloitte Touche Tohmatsu.