Matrículas em escolas estaduais diminuíram 15,50% em 10 anos
Fechamento de escolas estaduais, parte de um projeto de reordenação do ensino em Mato Grosso do Sul, tem provocado reações e queda do número de alunos é um dos motivos alegados pelo governo
Em 10 anos, a rede estadual de Mato Grosso do Sul perdeu 45.455 matrículas. Os números indicam uma queda de 15,50% nas matrículas entre 2008 e 2018. Em meio a polêmica sobre o fechamento de 4 escolas estaduais em Campo Grande, a diminuição dos alunos da rede estadual é um dos motivos alegados pelo governo do Estado para o que chama de “reordenação do ensino estadual”.
A redução foi mais acentuada entre 2008 e 2015, com queda vertiginosa e perda de quase 50 mil alunos no Ensino Médio em Mato Grosso do Sul. O valor passou de 295.354 para 246.302. Em 2016 a quantidade voltou a subir, mas a partir de 2017 retrocedeu novamente.
A queda nas matrículas, no último ano, foi de cerca de 1,3%. Em 2017, 252.653 alunos fizeram matrícula na rede. Em 2018 esse número cai para 249.599. Já a quantidade de escolas estaduais aumentou, em 10 anos, cerca de 1,7%. Em 2008 o Estado apresentava 366 unidades de ensino. Em 2018 há 372 – 6 a mais.
Protestos e justificativas – O reordenamento, que já fechou 4 escolas no Estado, chamou a atenção da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que ingressou com ação e recebeu liminar favorável da Justiça. Mas o governo já anunciou que vai recorrer da decisão.
Alunos da Escola Riachuelo – que em tese seria transferida para Escolha Estadual Hércules Maymone – chegaram a levar as reclamações até o Plenário da Câmara Municipal de Campo Grande.
Já a escola Otaviano Gonçalves seria fechada após pedido do residencial onde funciona, com a justificativa, apresentada pelos moradores, de que alunos de outros bairros frequentavam o colégio.
A justicativa foi apresentado pela titular da SED, secretária Maria Cecília Amendola, durante coletiva de imprensa sobre o reordenamento do ensino.
Além da queda do número de alunos em algumas das unidades fechadas – a exemplo da Zamenhoff, segundo a SED -, a secretária elencou uma série de fatores para as mudanças. Entre o reordenamento do ensino fundamental e médio. Em cumprimento a lei federal, gradativamente, o estado deve oferecer apenas o ensino fundamental II e ensino médio. O fundamental I e o ensino infantil ficam a cargo do município.
Os alunos, alegou o governo, tem a opção de realizarem matrículas em escolas próximas, o que não provocaria transtornos na rotina dos estudantes.