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Cidades

Oficial da PM mandou pegar 48 caça-níqueis em SP

Redação | 20/07/2009 18:50

O oficial da PM (Polícia Militar) Paulo Roberto Teixeira Xavier, apontado como o segundo no organograma da quadrilha chefiada pelo major da reserva da PM, Sérgio Roberto de Carvalho, mandou um funcionário dele buscar 48 caça-níqueis em São Paulo.

Em depoimento à Auditoria Militar nesta segunda-feira, um homem que trabalhava como motorista na Transportadora Bem-te-vi, que está em nome da esposa de Xavier, disse que uma vez pegou em São Paulo gabinetes de computador, envoltos com madeira.

Ele contou que recebeu de Xavier a ordem de ir ao local. No endereço indicado pelo policial, que fica em um beco, encontrou com Carvalho.

Segundo a testemunhas, Carvalho estava em um veículo Audi, colocou alguns gabinetes no carro e também deu a ele R$ 200 para pernoitar e fazer refeições na cidade.

O motorista chegou com o carregamento em Campo Grande à noite e na manhã do dia seguinte, seguiu para Corumbá. Foram para a cidade que fica a 426 quilômetros da Capital, dois caminhões.

Os veículos eram acompanhados por um Astra, com três homens dentro. Eles chegaram a ser parados em postos de fiscalização da PRF (Polícia Rodoviária Federal), mas os policiais não fiscalizaram as cargas, somente as documentações dos veículos.

Ao chegar em Corumbá, ficou parado com o caminhão, junto com o outro motorista, perto da fronteira, aguardando autorização para entrada na Bolívia.

Impostos - O motorista contou ainda que para não passar pela fiscalização tributária com cargas referentes à cerâmica Bem-te-vi, era orientado por Xavier a não vir para o Estado por Selvíria, e sim por Três Lagoas.

Segundo ele, o oficial dizia que era para parar em um posto de combustíveis, aguardar os fiscais saírem da pista, e só então seguir viagem.

Em uma das voltas de viagens para São Paulo, o motorista veio por Selvíria e acabou barrado no posto de fiscalização. Ele não pode entrar no Estado, levou uma bronca de Xavier e teve que seguir por Três Lagoas.

Segundo ele, a orientação era de que se desse algum problema quanto às notas dos produtos, era para ligar para Xavier. Conforme a testemunha, o oficial sempre resolvia a situação, mas não sabe como.

A testemunha foi uma das oito ouvidas nesta segunda-feira. Algumas disseram que não conhecem Xavier, outras declararam terem sido ameaçadas por ele, terem sido mantidas em cárcere privado e ainda contaram que o oficial pegava dinheiro e placas de caça-níqueis e ainda obrigava a mentir à Polícia Civil.

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