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Cidades

Polícia Federal já cumpriu 10 das 14 ordens de prisão do STJ em operação

Primeiro-secretário da Assembleia e conselheiro do TCE também foram alvos de prisão preventiva em apuração sobre fraudes em incentivos fiscais

Anahi Zurutuza, Geisy Garnes e Marta Ferreira | 12/09/2018 17:38
Suspeitos foram à sede da Polícia Federal para prestar esclarecimentos. (Foto: Kisie Ainoã)
Suspeitos foram à sede da Polícia Federal para prestar esclarecimentos. (Foto: Kisie Ainoã)

Dos 14 alvos de mandados de prisão temporária (com prazo de 5 dias) expedidos para a Operação Vostok, pelo menos 10 já estão presos. O filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Rodrigo Souza e Silva, que não havia sido encontrado pela manhã, apresentou-se na tarde desta quarta-feira (12) e está na sede da PF (Polícia Federal) em Campo Grande. Seu pai o acompanhou.

Pela manhã, equipes da PF prenderam o deputado estadual José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira (DEM), em um hotel de Campo Grande, e o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) e ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcio Monteiro, em sua casa no Residencial Dahma.

O pecuarista Francisco Carlos Freire de Oliveira, que também tem contra si mandado de prisão, se apresentou à PF pela manhã. Já Miltro Rodrigues Pereira foi preso em Guia Lopes da Laguna –a 227 km da Capital.

A reportagem também confirmou que foram presos o pecuarista Ivanildo da Cunha Miranda, delator da Lama Asfáltica, o empresário João Roberto Baird, Antônio Celso Cortez (proprietário da PSG Tecnologia Aplicada), Osvane Aparecido Ramos (ex-deputado estadual, ex-prefeito de Dois Irmãos do Buriti e pecuarista) e Rubens Massahiro Matsuda (pecuarista).

O também produtor rural e ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra Ribeiro, confirmou às autoridades que se entregará nesta quinta-feira (13), pois estava em viagem.

Faltam, ainda, serem confirmadas as prisões de José Ricardo Guitti Guimaro (corretor de gado e apontado como intermediador de propina), Elvio Rodrigues e Zelito Ribeiro, ambos pecuaristas.

Investigação – A Vostok teve início com a delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F –controlador da JBS–, que apontaram a existência de um esquema de pagamentos por meio de notas frias destinadas ao atual governador, valendo-se de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial). O sistema teria surgido na gestão do ex-governador Zeca do PT, sendo mantido nas de André Puccinelli (MDB) e de Azambuja.

Mais de 220 policiais foram mobilizados para cumprir 14 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão de documentos. A operação decorre de inquérito no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da J&F de troca de incentivos fiscais por propinas em Mato Grosso do Sul.

Segundo despacho do ministro Feliz Fisher, ao qual o Campo Grande News teve o acesso, o Ministério Público Federal aponta um esquema de pagamentos de propinas da empresa do ramo frigorífico a políticos era dividido em três núcleos e rendeu lucro de ao menos R$ 67.791.309 aos denunciados. As fraudes teriam somado prejuízo de R$ 209 milhões ao Estado entre 2014 e 2016.

A Operação Vostok apurou ainda que as fraudes causaram prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres estaduais, entre 2014 e 2016.

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