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Cidades

Presidente de Conselho perde mandato por defender tratamento de leishmaniose

Gabriel Neris | 18/12/2012 15:37
Cão Scooby apresentava ferimentos provocados pela leishmaniose (Foto: Arquivo/Minamar Júnior)
Cão Scooby apresentava ferimentos provocados pela leishmaniose (Foto: Arquivo/Minamar Júnior)

A presidente do CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul), Sibele Luzia de Souza Cação, teve o mandato cassado por unanimidade depois de defender o tratamento da leishmaniose em cães. Também foi declarada a sua inelegibilidade no período de quatro anos.

O MPF/MS (Ministério Público Federal) entrou com uma representação contra o CRMV-MS depois de Sibele ter defendido o tratamento de cães portadores de leishmaniose, em torno da polêmica envolvendo o cão Scooby, há quatro meses, que foi arrastado do bairro Aero Rancho até o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), apresentando a doença.

Com a decisão, publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira (17), a presidência do CRMV-MS deve ser assumida pelo vice-presidente, Eduardo Arteiro Marcondes.

“Ele (Scooby) representa o exemplo concreto do que nós estamos defendendo há tempos, de que o tratamento, quando bem aplicado, resulta na cura clínica do animal, não colocando o ser humano em risco, pois outros dispositivos são utilizados, além da administração de medicamentos, como o uso de coleira repelente contra o flebótomo, verdadeiro transmissor da doença”, comentou Sibele na época.

De acordo com a assessoria de imprensa do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária), o órgão e os 27 Conselhos Regionais entendem que o tratamento da leishmaniose em animais “está efetivamente proibido, pois, atualmente, não existe nenhum medicamento fabricado ou certificado no País que seja eficaz no tratamento e na cura da doença em animais”.

O posicionamento do CFMV atende a determinação do Ministério da Saúde e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que classifica a eutanásia como único recurso seguro no combate à doença.

“Dessa forma e com base nos esclarecimentos citados, o CFMV entende que o posicionamento adotado pela ex-presidente do CRMV/MS contrariou os aspectos técnicos e éticos do tema, vulnerabilizando a sociedade e confrontando o papel institucional e social do Sistema CFMV/CRMV’s”, se pronunciou o órgão, através de nota oficial.

Procurada pela reportagem do Campo Grande News, Sibele disse que não tem conhecimento do conteúdo do inquérito e aguarda cópias do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária). A presidente do CRMV-MS disse ainda que se manifestará somente na próxima sexta-feira.

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