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Cidades

Promotor perde prazo e quadrilha que furtou três bancos em MS é solta

Quadrilha furtou três bancos em 24h, usando ‘pé de cabra’ e régua

Luana Rodrigues | 03/05/2017 19:42
Integrantes da quadrilha sendo apresentados à imprensa, durante entrevista coletiva no dia 9 de março. (Foto: Amanda Bogo)
Integrantes da quadrilha sendo apresentados à imprensa, durante entrevista coletiva no dia 9 de março. (Foto: Amanda Bogo)

Quatro suspeitos de participarem de uma quadrilha que furtou três bancos Mato Grosso do Sul foram soltos pela Justiça, depois que o MPE (Ministério Público Estadual) 'perdeu' o prazo para denúncia dos presos.

Álvaro Marcelo Garcia, 44 anos, Genivaldo Alves Monteiro, 46 anos, Alessandro Carvalho da Silva, 38 anos, Andreia Helena Garcia, 46 anos, estavam na cadeia desde o dia 3 de março, quando acabaram detidos em São Paulo, numa operação especial do Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).

A decisão com alvará de soltura foi concedida no dia 17 de abril, quando a juiza Eucelia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, revogou a prisão preventiva dos suspeitos, por considerar que houve decurso, ou seja, perda do prazo para ajuizamento da ação penal, procedimento que deveria ter sido feito pelo MPE.

“Os requerentes foram segregados na data de 03/03/2017 decorrente de decisão proferida em procedimento que apura a prática, em tese, dos crimes de furto qualificado e associação criminosa, sendo que o prazo para conclusão do inquérito policial é de 10 dias e o prazo para o oferecimento da denúncia é de cinco) dias, posto se tratar de réu preso, como no caso. Por sua vez, verifico que entre a data da prisão e a presente data, decorreram exatos 57 dias e não houve o ajuizamento da ação penal”, descreveu a Juiza.

O Campo Grande News tentou contato com o promotor da 15ª promotoria de Justiça de Campo Grande, Rogério Augusto Calábria de Araújo, responsável pelo caso, para que explicasse o motivo do atraso, no entanto, o acusador não quis dar entrevista e afirmou apenas que irá recorrer da decisão.

Prisão - A quadrilha foi presa pelo Garras, em São Paulo, pouco mais de um mês depois de furtar três agências bancárias durante apenas 24 horas, em cidades diferentes de Mato Grosso do Sul, no início do ano.

De acordo com o delegado Fábio Peró, que conduziu as investigações, os crimes foram praticados no dia 22 de janeiro deste ano, quando, pela manhã, os criminosos furtaram uma agência em Dourados, a tarde, outra em Campo Grande e a noite em Três Lagoas, sendo todas do banco Santander.

Para resgatar o dinheiro dos caixas eletrônicos, os bandidos usavam um ‘pé de cabra’ e uma régua envelopada com fita dupla face, que servia para pescar envelopes depositados no aparelho.

Antes do dia do crime, os caixas eram “preparados” pela quadrilha, que danificava a maioria dos equipamentos, para que todos os depósitos fossem feitos em apenas um deles.

À polícia, os bandidos contaram que escolhiam o banco Santander, pois tem caixas eletrônicos mais antigos, o que facilitava a ação da quadrilha.

O delegado não informou quanto a quadrilha lucrou com o crime, mas disse que foram localizados cerca de R$ 90 mil reais nas contas bancárias de dois criminosos.

Conforme Peró, o grupo é especializado em furtos a bancos e já teria praticado o crime em outros cinco estados do país, lucrando cerca de R$ 1,5 milhão, em apenas um ano.

Ainda de acordo com a polícia, todos os presos já tinham passagens pela polícia por furto, estelionato e até roubo a banco e sequestro. Eles foram indiciados por furto qualificado com arrombamento e organização criminosa.

- Matéria editada às 14h16, para correção de informações

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