Saque de benefício reforça que cacique não foi executado em ataque
Polícia Federal acredita ser mais um elemento que desmonta informação de que líder indígena estaria morto
O saque de benefício em nome do cacique Nisio Gomes, 59 anos, no dia 14 de dezembro, em Brasília (DF), é mais um elemento de que o líder indígena não foi morto no ataque contra o acampamento Guayviri, em Aral Moreira, no dia 18 de novembro.
É a linha que a Polícia Federal segue, apegada ao fato, estritamente, levando em conta que o cartão do benefício é pessoal e a senha individualizada, porém, sem descartar que o saque possa ter sido feito por outra pessoa.
A PF deve finalizar relatório sobre o caso nesta quinta-feira e previsão é que o inquérito seja concluído até semana que vem.
A Federal trata o caso de Nisio como desaparecimento e, por conta disto, segue com buscas na região.
“Referente ao Cacique Nisio Gomes, até o presente momento, a Polícia Federal ainda o considera desaparecido, até mesmo porque restam mais evidências de que ele esteja vivo do que morto”, diz trecho de nota divulgada ontem pela PF.
No texto, a Polícia afirma também que quatro fazendeiros, um advogado, dois administradores de empresa de segurança e mais três seguranças, totalizando dez pessoas, foram indiciados por envolvimento no ataque ao acampamento Guayviri. Os nomes não foram divulgados.
Indígenas afirmaram, à época, que o cacique foi executado e seu corpo foi levado por fazendeiros da região. Como a PF diz o contrário, o filho de Nisio, principal testemunha, foi indiciado por denunciação caluniosa. Ele foi colocado sob proteção policial desde o dia que começaram as investigações.
Todos os suspeitos estão soltos. Três chegaram a ficar presos, mas foram liberados. A PF também pediu a prisão dos outros apontados como envolvidos, o que foi rejeitado pela Justiça.