Violência cresce 24% e Capital ganha primeira Casa da Mulher no País
Empreendimento vai ser inaugurado na próxima terça-feira com presença de Dilma
A violência é algo assustadora por sua natureza, mas o último registro foi pior ainda pelo crescimento apresentado. Entre 2013 e 2014 houve um crescimento de 24%, ou seja, 264 casos de violência doméstica a mais. Diante do cenário, Campo Grande vai ganhar a primeira Casa da Mulher Brasileira.
Segundo a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), em 2013, foram computados 1.180 casos de violência doméstica. No ano seguinte foram 1.464 registros, um crescimento de 24% e o maior desde 2011.
Para atender a mulher vítima de violência doméstica, vai ser inaugurada a primeira Casa da Mulher Brasileira no País, na próxima terça-feira (3). A estrutura vai acolher a pessoa violentada e os filhos dela. E ainda vai proporcionar capacitação para a vítima superar o trauma.
O ambiente vai ter um abrigo em que a mulher poderá permanecer até 48 horas. Além disso, o local também terá auditório e unidade de atendimento da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher); TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul); MPE (Ministério Público do Estado); Defensoria Pública; Funsat (Fundação Social do Trabalho); Funtrab (Fundação do Trabalho).
Ao procurar a Casa da Mulher, a vítima faz o Boletim de Ocorrência ao chegar e já é encaminhada para o atendimento psicossocial. A prefeitura vai disponibilizar cinco psicólogas e cinco assistentes sociais. Ela também poderá ficar até 48 horas abrigada no local e quando vai embora já sai com a medida protetiva expedida.
Para ter essa agilidade, será criada a 1ª Vara Especializada de Medida Protetiva do TJMS na Casa. Além disso, também terá um promotor de plantão com mais dois servidores do MPE. A Defensoria vai se disponibilizar com um defensor e dois servidores para as vítimas que não têm condições financeiras de ter uma assistência jurídica.
A segurança é uma grande preocupação, não apenas com as vítimas, mas com o ambiente como um todo. Para isso, a Guarda Municipal vai disponibilizar oito mulheres – que ficarão a frente de duas viaturas - e 22 homens para a segurança. E ainda terão 40 policiais civis, fora delegada, escrivães e investigadores.
Para encerrar o ciclo de violência, a Casa ainda terá a atuação da Funsat e Funtrab para ajudar na profissionalização da mulher vítima e encaminhá-la ao mercado de trabalho e, assim, ficar independente financeiramente. Para isso, serão quatro servidores da Funsat e três da Funtrab.
Transporte – Foi criado um ponto de ônibus urbano ao lado da Casa da Mulher e as linhas de ônibus serão modificadas. Segundo informações, de todos os terminais vão ter linha para o local.
Segundo a secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Campo Grande, Liz Derzi de Matos, há um projeto de lei que garante moradia a mulheres vítimas de violência doméstica. “5% das casas populares serão destinadas às mulheres vítimas de violência”, pontuou a secretária.