A suástica reaparece no Brasil e vai para Olimpíadas

Um mineiro e um paulista, residente em Santa Catarina. Dois brasileiros usando ilegal e ostensivamente a suástica. Na Alemanha, 200 policiais prenderam inúmeros militantes em seis Estados, de um partido neonazista denominado Combat 18. Além de suásticas, mantinham armas de fogo, bastões de beisebol com pregos e gás lacrimogêneo. Em outubro, atiraram contra judeus em uma sinagoga, matando duas pessoas. Essa é a décima oitava organização nazista que foi desbaratada na Alemanha. Berlim criará 600 novos cargos policiais para combater neonazistas. A suástica dá a cara novamente.

Não se assustem, veremos a suástica nas Olimpíadas.

O governo japonês está prestes a aceitar a presença da suástica nas próximas Olimpíadas. Após um vivo debate com monges budistas, muito provavelmente veremos hasteadas bandeiras com a suástica por todos os caminhos que levam aos jogos. Não se trata de política e sim de religião. Os budistas desejam recuperar o significado histórico da suástica, um de seus mais importantes símbolos.

De "boa sorte" a "boa morte".

A palavra "suástica" vem do sânscrito (uma língua morta do Nepal e da Índia) "svitka". O desenho parece ter sido utilizado pela primeira vez há 7.000 anos. Era a representação do movimento do sol no céu. Até hoje, ainda que rarissimamente usado, é um símbolo sagrado do budismo, hinduísmo, janaismo (uma das religiões mais antigas da Índia) e pelo odinismo  movimento neopagão da Islândia, com muitos adeptos na Alemanha e na Escandinávia). O significado original da suástica era "boa sorte". Mas Hitler a transformou em símbolo do terror, passou a significar "boa morte", em um trocadilho indecente usado pelas tropas da SS, a força militar - policial de elite do nazismo.

Como os nazistas se apropriaram da suástica.

No início do século vinte, a suástica estava na moda em toda a Europa. Davam-lhe inúmeros significados, mas sempre correlacionados a boa sorte. No entanto, o trabalho de linguistas europeus foi encampando por grupos racistas, para os quais a suástica era um símbolo de identidade ariana. A "prova" estava nos achados do arqueólogo Heirinch Schiliemann que em escavações na Alemanha encontrou uma cerâmica com a suástica. A conjectura sobre a ascendência ariana do povo alemão é a principal razão que levou o partido nazista a adotar a suástica (Hakenkreuz, em alemão) como seu símbolo principal.

Antes dos nazistas, os extremistas da Primeira Guerra.

Todos sabem da participação de Hitler na Primeira Guerra Mundial. Nessa guerra, alguns movimentos de extrema direita da Alemanha, já a haviam adotado e, como símbolo reinventado, ela foi adotada como símbolo de um estado racialmente puro. Quem deu seu desenho final foi o próprio Hitler que a definiu no seu livro "Minha Luta": "uma bandeira com fundo vermelho, um disco branco e uma suástica preta no meio".