A tecnologia por trás da nova bola do Mundial da Rússia
Há quem fale do Mundial do México, de 1970, como o melhor da história. Foi naquele campeonato que Pelé mostrou todo seu esplendor e no que o Brasil deixou instalado sua lenda de futebol-arte. De ganhar oferecendo espetáculo. Houve partidas tão maravilhosas, que o poeta escocês Alastair Reid afirmou: "Se um marciano perguntasse o que é futebol, um vídeo da partida entre o Brasil e o Peru do Mundial do México de 1970 o convenceria que se trata de uma elevada expressão artística". Aquele encontro terminou com a vitória brasileira por 4 a 2 e com a seleção brasileira convertida na grande favorita do público. Mas, além do que ocorreu sob os céus do Estádio Asteca, o Mundial do México fez o futebol evoluir como nunca tinha ocorrido. Virou um fenômeno e espetáculo global. Foi o primeiro, por exemplo, que pode ser seguido pela televisão integralmente... e em cores. Também foi o primeiro em que os juízes não precisavam falar. Abandonaram a Babel de línguas por meras cartolinas com duas cores - amarelo (tome cuidado), vermelho (expulso). Também foi o primeiro em que as equipes podiam fazer três mudanças de jogadores, para dar maior dinamismo ao jogo.
Naquele Mundial, a Adidas debutou como provedor oficial das bolas, uma condição mantida até os dias atuais. A bola era a Telstar, modelo que tomava o nome do satélite televisivo lançado em 1962, e que com seu desenho de hexágonos e pentágonos brancos e pretos, estabeleceu uma nova importância para as pesadas e ineficientes bolas de futebol até então. Para o Mundial que começará no dia 14 de junho na Rússia, a marca alemã recuperou a Telstar, com atualizações dignas do século XXI. Os desenhos das duas são muito semelhantes. Mas não é o desenho que chama a atenção, a tecnologia que carrega é muito atual. Segundo a Adidas, a forma que fabricou o interior da bola, a faz mais simétrica, não há costuras, perfeitamente selada e sua textura garante uma maior precisão nos chutes e no voo. Além disso, a bola inclui um chip NFC que permite acessar conteúdos exclusivos desde um celular ou tablet.
Vergonha negra. A origem do racismo nazista.
Em abril de 1917, mais de 63 mil africanos atenderam ao apelo das autoridades francesas, era a segunda leva de homens da África que acreditaram nos franceses . Entraram no exército para combater os alemães. Com o incentivo de quem entrasse no exército francês receberia a cidadania, mais do que o dobro do numero que os franceses haviam solicitado acorreram às tropas. Ao todo, 164 mil homens da África inscreveram-se nas fileiras do exército francês. Uma parte significativa de uma força militar total de 500 mil soldados. Eram chamados de "tirailleurs". Foram colocados contra aqueles que, possivelmente, eram os soldados mais bem treinados que e Europa já havia produzido: a máquina de guerra que era o exército imperial alemão.
Era o dia 16 de abril. Os africanos haviam sido colocados na primeira onda de ataque. Havia um motivo oculto: poupar vidas francesas. Das trincheiras alemãs vieram as narrativas mais assustadoras: " Os negros senegaleses, gado da França rumo ao matadouro. Centenas de olhos belicosos, fixos, ameaçadores, mortais. E eles vieram. Primeiro isoladamente, em grandes intervalos. Ávidos, agarrando tudo, como as garras de um monstro poderoso. Homens fortes e selvagens, arreganhando os dentes feito panteras. Horríveis seus olhos cheios de sangue, ardentes...continuavam vindo. Uma parede sólida e negra em movimento. Grupos inteiros evaporaram. Corpos desmembrados...".
Em 10 de maio, um em cada cinco soldados da França estava morto ou ferido. A guerra é um inferno. É a devoração de um povo. Só no primeiro dia caíram 40 mil soldados - brancos e negros - das tropas francesas. Em poucos dias, mais de 33 mil africanos haviam sido mortos. Os africanos estavam tão desiludidos que alguns deles se uniram ao grande motim que posteriormente tomou conta do exército francês. Vários foram levados à corte marcial, e quatro condenados à morte, embora nenhuma das sentenças tenha de fato sido executada. Os africanos foram atraídos para a Europa e sacrificados em uma das ofensivas mais estúpidas da Primeira Guerra Mundial. O legado da guerra que os africanos fizeram na Europa foi profundo.
Africano engravidando alemã era um pavor.
Eugen Fischer era um teórico racial. Embora estivesse no lado perdedor, a Primeira Guerra se mostrou surpreendentemente frutífera para seu "campo de pesquisa". À medida que as tropas negras francesas eram enviadas para os campos de concentração alemães, lhe proporcionavam um novo e conveniente "suprimento" de pessoas a serem estudadas. O livro "Hereditariedade humana e higiene racial", que Fischer publicou em 1921, logo se tornou uma obra de referência no campo em expansão do racismo (da eugenia como o racismo era denominado). Adolf Hitler o leu enquanto esteve na prisão após o golpe fracassado a Munique em 1923, e se referiu a ele em "Mein Kampf". Para Hitler, poucas ideias eram mais pavorosas que a de que os soldados africanos após a guerra houvessem engravidado mulheres alemães. Essa foi a notória "vergonha negra" que produziu os " bastardos da Renânia (uma região alemã)". Seria um novo indício da conspiração para poluir o sangue da raça ariana. Mais tarde, Fischer serviu como um dos "cientistas" - a ciência também produz monstros - da Comissão Especial Número Três da Gestapo, que planejou e executou a esterilização forçada dos "bastardos da Renânia". Entre os alunos de Fischer estava Josef Mengele, responsável pelos experimentos notadamente desumanos com prisioneiros.
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