Adiamento da segunda dose da vacina acarretará riscos
As empresas farmacêuticas estão enfrentando desafios para aumentar a produção das vacinas e os governantes estão com o desafio logístico de fazer com que elas cheguem aos braços das populações. Só Israel, Emirados Árabes e Barhein apresentam bons resultados. Os demais países que iniciaram vacinações estão com baixíssimos percentuais de imunização. Frente a essa realidade - esperada - o governo britânico inventou a "saída band-aid", tampar o "buraco" da crise para que não cresça. Está atrasando a aplicação da segunda dose em até 12 semanas, quando o recomendado é de 3 a 4 semanas.
Só como foram testadas, diz FDA.
Um Estados Unidos estão contando com um décimo das 300 milhões de doses prometidas para janeiro. A Pfizer não está conseguindo obter os resultados na produção que havia garantido quando assinou o contrato. Prometeu, mas não entregou. No entanto, a Food and Drug Administration (FDA) lembrou a comunidade médica da importância de receber as duas doses da vacina de acordo com a forma como foram testadas em ensaios clínicos. O FDA diz que não há dados que demonstrem a eficácia da vacina se a segunda dose for adiada.
No máximo 28 dias.
Todas as vacinas que estão no mercado até o momento apresentam em suas bulas a indicação de que as duas doses devem ser administradas em torno de 28 dias entre elas. Algumas toleram até poucos dias mais. O problema é que ninguém sabe determinar qual o prazo de permanência de memória das células que aprenderam a nos defender dos ataques do coronavírus. Como a vacina é um "professor de células", ninguém sabe por quanto tempo elas permanecerão com o "aprendizado na cabeça".
Vacina de RNA talvez diminua efeito após 119 dias para idosos.
Embora a eficácia das vacinas da Pfizer e da Moderna tenham superado as expectativas, os pesquisadores ainda não sabem quanto tempo dura a proteção. No acompanhamento de fase 1 da vacina da Moderna, durante os 119 dias após a primeira dose, os anticorpos diminuíram em todos os participantes e os anticorpos neutralizantes - que não apenas ligam o vírus, mas bloqueiam a infecção - caíram de 50% a 75% nas pessoas com mais de 56 anos. Também é fundamental lembrar que os vírus sempre estão evoluindo para tentar escapar da imunidade que criarmos. Mudar a dosagem para superar a escassez é um debate que só pode ser travado com testes e mais testes, nunca com palpites. Tomar decisões erradas, sem evidências científicas adequadas sempre é contraproducente. Digam e promovam as besteiras que quiserem, o cemitério não mente.