Chile: falsa sensação de fim da pandemia devido à vacinação
Tendo negociado o acesso antecipado a dezenas de milhões de doses de vacina, o Chile têm inoculado seus residentes mais rapidamente que qualquer outro país da América Latina. Devido a esse sucesso, parte expressiva de sua população entendeu que havia adquirido a tão almejada imunidade coletiva.
Aumento de casos e de mortes.
Especialistas afirmam que a campanha de vacinação chilena foi tão rápida e eficiente - apenas Israel, Emirados Árabes e Ilhas Seychelles vacinaram uma parcela maior de suas populações - deu aos chilenos uma perspectiva mais relaxada em relação ao vírus, determinando um aumento acentuado de novas infecções e mortes. Relaxou, infectou.
30% de imunizados não é marca de imunidade coletiva.
O Chile já vacinou em torno de um terço de sua população (O Brasil patina com pouco mais de 10%) com a primeira dose. O aumento explosivo de casos e de mortes de chilenos deveria servir de alerta para o Brasil. Mesmo quando atingirmos a marca chilena, ainda estaremos à mercê de novas ondas de ataques virais. A luta contra o vírus não termina com índices razoáveis de vacinação. Há de atingir, pelo menos, algo como 70% a 80% de nossa população para respirarmos bem e aliviados.
Eleições adiadas.
Em um país comedido e com bom sistema de planejamento, até as eleições são adiadas. Os chilenos iriam às urnas para o momento mais importante de uma democracia: escolher seus representantes para escrever uma nova Constituição. Não se trata de eleger prefeitos e vereadores, escolhas que, via de regra, são mal feitas em uma democracia. Basta lembrar que elegemos Bernal para corroborar o argumento. O Chile escolheria constituintes, os mais respeitáveis e importantes representantes de uma nação. E, devido à pandemia, resolveu adiar essa fundamental eleição. A vida é mais importante.