Como seria o mundo sem vacina, saneamento e antibiótico
Há um conceito que o antivacina não conhece ou não percebe: a vacina existe dentro de um planejamento das cidades modernas para evitar um número excessivo de mortes. Em uma pequena frase: a vacina é higiene. O antivacina é anti-limpeza, um sujismundo, aquele personagem infantil,que adora a sujeira. Ao longo do século passado, uma mistura de vacina, esgoto e antibiótico fez crescer a expectativa de vida e reduzir, com a mesma intensidade, a mortalidade infantil. Essa gigantesca revolução na saúde foi decorrente do entendimento de que existia um diminuto mundo - o dos micróbios.
Uma paisagem da época do infame Pedro II.
Pedro II foi um dos homens mais odiados de seu tempo devido à luta renhida que travou pela permanência da escravidão. Um mundo sem vacina seria uma paisagem dessa época. Mulheres olhando atrás de janelas pesadas, um navio a vapor à distância, ruas de terra e poeira, uma carroça de burro puxando uma pilha de caixõezinhos de crianças, raros idosos. Um povo fraco, cheio de vermes na barriga, sem vontade de trabalhar....
Criança "não vingou".
Nesse mundo atrasado, as crianças não "morriam", era tão comum ver uma criança morta que criaram um eufemismo, uma locução mais suave. Naquela época, a criança não "vingava". Só as vacinas contra a difteria e tétano salvaram a vida de 60 milhões de crianças. Mauricio Hilleman, criador de oito vacinas que atualmente são administradas em todas as crianças, evitou em torno de 129 milhões de mortes.
Dois bilhões de terráqueos.
Sarampo, catapora, meningite, hepatite, caxumba, varíola.... com esses cavaleiros do apocalipse à solta, quão menor seria a população mundial? Os cientistas fizeram as contas. Seríamos 2 bilhões de terráqueos e não os 7,8 bilhões existentes. Um mundo vazio. Bonitinho para a natureza. Mas, um mundo onde as pessoas apenas sonhavam e lutavam para sobreviver, sem poder inventar, criar. Sem voar... com padrões de consumo muito humildes. Uma industrialização avançando a passos de tartaruga. Sempre foi assim: menos gente = menos avanços.
Um casal tinha 10 filhos.
Para os casais atuais poderá parecer uma grossa mentira. Mas o fato é que naquele mundinho onde não existia vacina, um casal planejava ter de 10 a 15 filhos. A pressão para ter filhos era muito, pois sabiam que poucos chegariam às idades adultas. Esse fato comprometia o direito das mulheres entrarem no mercado de trabalho. A vacina permitiu aos casais terem "apenas" duas crianças. Sabem que elas permanecerão vivas. Postar-se contra a vacina é ser contra a vida.