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Em Pauta

Durante séculos o Ano Novo era celebrado em 25 de março

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 01/01/2025 08:00
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Uma bagunça, um verdadeiro caos. O calendário no mundo era adotado para cada cidade ou país. Vejam a data que cada cidade francesa comemorava o Ano Novo e compreenderão a anarquia. Em Soisons, o ano começava no 25 de dezembro; em Beauvais e Reims, no 25 de março; em Paris, no dia da Páscoa; em Meaux, no 22 de julho. Em quase toda a Europa a situação era similar.


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Uma luta entre civis e religiosos.

Em certa medida se pode explicar o calendário, e a divisão do dia em diferentes horas, como uma luta entre elemento civis e religiosos. O controle do tempo por parte da sociedade foi uma das grandes vitórias do fim da Idade Média. Para enfrentar o tempo da Igreja, que marcavam os sinos, pouco a pouco se impõe um tempo civil, urbano.


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O relógio mecânico revolucionou o tempo.

Essa luta entre civis e religiosos não derramou sangue. Foi vencida pela invenção do relógio mecânico. É ele que deu aos civis, a cada individuo, a capacidade para medir o tempo. Antes, só as igrejas dispunham de relógios solares e anunciavam as horas batendo os sinos.


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Sai a religião, entra o poder e o dinheiro.

Foi assim que o tempo moderno foi criado. Se tornou, em boa parte do mundo, especialmente no Ocidente, uniforme, divisível em horas legais, totalmente independente do tempo natural, salvo pelo principio do dia, que nessa época coincidia com a queda da noite. Então, começou a grande luta pelo domínio do tempo. Ficou cada vez mais distante dos interesses religiosos e dos sinos. O tempo, então, é do poder e do dinheiro. Saem os padres, entram os burgueses.


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Sai o Juliano, entra o calendário Gregoriano.

O calendário mais antigo foi descoberto na Escócia e tem uns dez mil anos. Desde então foram produzidas grandes mudanças. Talvez a maior foi a passagem do calendário Juliano para o Gregoriano na maior parte da Europa no século XVI. O Juliano conduzia ao erro em relação à natureza, com o passar do tempo, não media direito o início do inverno, verão e outono. Só dava atenção para as datas festivas da Igreja. Quando mudaram para o Gregoriano saltaram vários dias. E foi ele que impôs o 1 de janeiro como o Ano Novo.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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