Em cada quatro espécies de mamíferos, uma é de morcego
Mário Sérgio Lorenzetto | 23/05/2020 08:17
Para os cientistas, o surpreendente é a falta de preparação dos governantes para esta pandemia. Os governos sabiam que ocorreria, mas não se preocuparam. Os alertas diziam: pode ocorrer no próximo ano, pode ocorrer em três anos...mas virá. E os políticos diziam: não gastarei dinheiro com algo que pode não ocorrer em meu mandato. É por isso que não se gastou em leitos hospitalares, respiradores, máscaras e luvas. A ciência e a tecnologia estavam preparadas para que que tivéssemos uma pandemia virótica, mas não havia dinheiro....
Por que os morcegos estão ligados a tantos vírus?
Os morcegos parecem super-representados como hospedeiros naturais de vários vírus perigosos. Por vários motivos. Primeiro, estão super-representados na diversidade dos mamíferos. Uma de cada quatro espécie de mamíferos é uma espécie de morcego. Não entendam erroneamente. Não há muitos morcegos. Há muitas espécies de morcegos. É bem possível que cada espécie de morcego seja hospedeiro de um tipo de vírus.
Os morcegos parecem super-representados como hospedeiros naturais de vários vírus perigosos. Por vários motivos. Primeiro, estão super-representados na diversidade dos mamíferos. Uma de cada quatro espécie de mamíferos é uma espécie de morcego. Não entendam erroneamente. Não há muitos morcegos. Há muitas espécies de morcegos. É bem possível que cada espécie de morcego seja hospedeiro de um tipo de vírus.
Vivem muito.
Os morcegos vivem muito. Um do tamanho de um rato pode viver de 18 a 20 anos. Um rato vive um ou dois anos. Mas, além de viverem muito, vivem em colônias enormes. Não é raro contar 60.000 morcegos em uma caverna. Apinhados, um grudado no corpo do outro. A longevidade e as colônias gigantescas são circunstâncias ideais para que passem, sem parar, de um indivíduo para o outro. E ainda há indícios de que eles desenvolveram ótimos sistemas imunitários contra os vírus. Isso significa que são bons hospedeiros de vírus.
Os morcegos vivem muito. Um do tamanho de um rato pode viver de 18 a 20 anos. Um rato vive um ou dois anos. Mas, além de viverem muito, vivem em colônias enormes. Não é raro contar 60.000 morcegos em uma caverna. Apinhados, um grudado no corpo do outro. A longevidade e as colônias gigantescas são circunstâncias ideais para que passem, sem parar, de um indivíduo para o outro. E ainda há indícios de que eles desenvolveram ótimos sistemas imunitários contra os vírus. Isso significa que são bons hospedeiros de vírus.
Vivem próximos aos humanos.
E há, ainda, a pior das notícias: com o aumento das cidades, passaram a viver muito próximos dos humanos. Estamos destruindo seus habitats. Eles passaram a procurar alimentos em áreas humanas, onde haja árvores frutíferas e hortas. Através de suas fezes e urina, aumentam a possibilidade de saltar um vírus de seus corpos para os nossos. Ou para os corpos dos animais domesticados.
E há, ainda, a pior das notícias: com o aumento das cidades, passaram a viver muito próximos dos humanos. Estamos destruindo seus habitats. Eles passaram a procurar alimentos em áreas humanas, onde haja árvores frutíferas e hortas. Através de suas fezes e urina, aumentam a possibilidade de saltar um vírus de seus corpos para os nossos. Ou para os corpos dos animais domesticados.
Devemos temer os morcegos?
Há um consenso entre os cientistas: nada temos a temer dos morcegos. Devemos, sim, deixá-los em paz. Eles são necessários para a integridade dos ecossistemas. A solução não é nos livrarmos deles. Temos de tão somente nos distanciarmos desses animais que tanto estão entrelaçados com nossa mitologia. Batman e Drácula fazem parte de nosso imaginário.
Há um consenso entre os cientistas: nada temos a temer dos morcegos. Devemos, sim, deixá-los em paz. Eles são necessários para a integridade dos ecossistemas. A solução não é nos livrarmos deles. Temos de tão somente nos distanciarmos desses animais que tanto estão entrelaçados com nossa mitologia. Batman e Drácula fazem parte de nosso imaginário.
Esta pandemia é um momento único para nos educarmos, para entender nossa relação com o mundo natural.
A natureza está vingando de nossa vida de exageros?
Para quem entende minimamente de Darwin, sabe que não existe uma natureza com "N" maiúsculo, capaz de emoções, de vinganças. Os humanos são mais numerosos do que qualquer outro grande animal na história da Terra. E isso representa uma fonte de desequilíbrio que não tem chance alguma de continuar para sempre. Em algum momento, ocorreria uma "correção natural". Já ocorreu e continuará ocorrendo com muitas espécies. Falta água, falta comida, novos predadores evoluem para devorá-las. Ou pandemias virais as derrubam. As pandemias constantemente interrompem, por exemplo, explosões de populações de insetos que parasitam árvores. Somos muito mais inteligentes que os insetos. Temos de aprender a não desequilibrar a vida no planeta. Reajustar nosso modo de vida. Ou... a alternativa está mais clara do que nunca. Basta não escutarem os governantes.
Para quem entende minimamente de Darwin, sabe que não existe uma natureza com "N" maiúsculo, capaz de emoções, de vinganças. Os humanos são mais numerosos do que qualquer outro grande animal na história da Terra. E isso representa uma fonte de desequilíbrio que não tem chance alguma de continuar para sempre. Em algum momento, ocorreria uma "correção natural". Já ocorreu e continuará ocorrendo com muitas espécies. Falta água, falta comida, novos predadores evoluem para devorá-las. Ou pandemias virais as derrubam. As pandemias constantemente interrompem, por exemplo, explosões de populações de insetos que parasitam árvores. Somos muito mais inteligentes que os insetos. Temos de aprender a não desequilibrar a vida no planeta. Reajustar nosso modo de vida. Ou... a alternativa está mais clara do que nunca. Basta não escutarem os governantes.