Epidemia: o ranking mundial de obesidade das crianças
O número de crianças obesas será multiplicado por dez nos próximos anos. Essa é a epidemia típica do século XXI. Uma epidemia de pobres. O mundo enfrenta uma crise global de má nutrição, tanto pela falta de comida, mas, principalmente, pelo consumo de "comidas lixo", nem um pouco saudável. Os dois problemas estão relacionados com a desigualdade e a pobreza. Essa crise ameaça cada vez mais os países em desenvolvimento, os EUA e a China. Esse é um alerta de um estudo publicado recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
No mundo há 124 milhões de crianças que sofrem de obesidade. Dez vezes mais do que era registrado há 4 décadas. Se essa tendência continuar, se essa tendência continuar, em 4 anos teremos mais crianças obesas que desnutridas. Há outras 213 milhões de crianças com sobrepeso. Somem a esses números 192 milhões de crianças com desnutrição moderada ou aguda. É alarmante. São 529 milhões de crianças com problemas sérios de nutrição.
A revista médica The Lancet, a mais conceituada do mundo, acaba de publicar o maior estudo já feito da má nutrição de crianças por países. O maior problema está nas ilhas do Pacífico, mas a África e América Latina não ficam em bons patamares. O Brasil fica no meio do ranking, a crise não é tão grave, mas é preocupante. Veja o resultado.
Posição do Brasil no ranking de obesidade de crianças (1975 a 2016):
Meninas: melhorou, saiu da posição 71 para 72.
Meninos: piorou, saiu da posição 77 para 65.
Posição do Brasil no ranking do sobrepeso de crianças (1975 a 2016):
Meninas: piorou, saiu da posição 120 para 113.
Meninos: piorou, saiu da posição 109 para 107
Abundância de dinheiro barato em países ricos.
O Brasil que não se entende está deixando passar um dos melhores momentos da história. Há abundância de dinheiro barato nos países ricos. Tanto dinheiro que o FMI em seu Relatório da Estabilidade Financeira Global alerta para esse fenômeno como uma possibilidade de impactar o crescimento global negativamente.
A instituição dirigida por Christine Lagarde fala até na possibilidade de "contrações econômicas severas" e na necessidade de se prever melhor esse tipo de evento. O fato é que os grandes bancos dos países ricos continuam a injetar dinheiro de fundos a custo praticamente zero. Há taxas de juros a 0% e até mesmo negativas. Só não está "chovendo" dinheiro no Brasil por causa do emperramento da máquina jurídica-política.
Crescem as transações bancárias por celulares.
Um estudo da Federação Brasileira de Bancos - Febraban - mostrou que as transações bancárias por celulares já são as mais populares no mercado brasileiro. Em 2017, elas representaram 34% do total. Em segundo lugar, está o internet banking, com uma fatia de 23%. Os terminais de autoatendimento vem a seguir com 15% e os pontos de venda ficaram com 10% do mercado. Não é para menos. O país tem nada menos de 242 milhões de assinantes da telefonia celular, mais de um aparelho por habitante.
A economia paraguaia cresce, mas há Los Bañados.
Ainda que a fronteira com o Brasil diga o contrário, em 2013, a ONU qualificou o Paraguai como o país menos violento da América Latina. O país vizinho é jovem, 78% da população está dentro da faixa em que pode trabalhar, mais de 84% de seu povo tem menos de 60 anos de idade. Ao contrário do Brasil, vem aproveitando bem essa "janela de prosperidade demográfica", quando os jovens são ampla maioria e podem sustentar os mais idosos. A taxa de alfabetização supera 94%. A economia paraguaia é alavancada pelo agronegócio, exporta trigo, é o oitavo maior exportador de carne bovina, o quarto maior produtor de soja e, devido à Itaipu, é o maior exportador de energia do mundo. Mas o que vem encantando parcela do empresariado brasileiro é sua pequena carga tributária. É a mais baixa do Mercosul. A Lei 60/90 garante ao empresário nada cobrar pela importação de máquinas, como também concede a inexistência de imposto para a montagem de indústrias e ainda na remessa de capitais para a matriz no país de origem. O fator limitante para o pleno desenvolvimento industrial paraguaio é uma antiga nódoa jamais modificada: a polícia nas estradas cobra propina que pode derrubar todos os incentivos concedidos pelo governo. Mas há outro Paraguai, há Los Bañados.
Los Bañados de Assunção é, provavelmente, a maior favela do Mercosul. São 120.000 pessoas vivendo à beira do rio Paraguai , expostas às suas frequentes inundações. Em 2014 e 2015, as águas expulsaram quase todos para diminutos casebres montados pelo governo com lâminas de madeira e teto de zinco. E ali ficaram por dois anos, até o rio lhes permitiu o retorno para suas miseráveis casas de alvenaria originais. A miséria não cede, é tenaz, tanto com a esquerda ou o centro político no poder, nada a dissolve.