EUA: "Senhor presidente, isto está acabado". O momento nixoniano
Mário Sérgio Lorenzetto | 08/11/2020 07:00
O partido de Donald Trump começa a apresentar uma larga fissura. A maioria segue a disposição de Trump de travar um longa, dura e cara disputa na justiça, preservando a esperança de vencer a disputa pela Casa Branca. Todavia, alguns líderes do partido republicano, começam a debater a possibilidade do momento "nixoniano", a hora em que os principais líderes procurarão Trump para lhe dizer: "Senhor presidente, isto está acabado". Foi o que sucedeu com Nixon. O empurrão final para que Nixon saísse da Casa Branca devido ao escândalo Watergate.
O calendário da tradição e o da lei.
Em nenhum lugar está escrito que deva ocorrer o discurso da "concessão", o discurso de aceitação da derrota. Essa é uma longa tradição que ninguém ousa quebrar. Menos Trump. Não há um só indicador de que Trump admita a derrota sem lutar na justiça. Mas o que não está sujeito a interpretações trumpistas - está na Constituição - é que no dia 14 de dezembro, os membros do Colégio Eleitoral dos 50 Estados - mais o representante do Distrito de Colúmbia - decidem quem será o próximo presidente atendo-se aos votos conseguidos pelos concorrentes em cada Estado. Além disso, no dia 03 de janeiro de 2021 inicia as sessões do novo Congresso. No dia 06 de janeiro, a Câmara de Representantes e o Senado se reunirão para certificar quem é o novo presidente dos Estados Unidos. E esse novo presidente, tomará posse no dia 20 desse mês.
Em nenhum lugar está escrito que deva ocorrer o discurso da "concessão", o discurso de aceitação da derrota. Essa é uma longa tradição que ninguém ousa quebrar. Menos Trump. Não há um só indicador de que Trump admita a derrota sem lutar na justiça. Mas o que não está sujeito a interpretações trumpistas - está na Constituição - é que no dia 14 de dezembro, os membros do Colégio Eleitoral dos 50 Estados - mais o representante do Distrito de Colúmbia - decidem quem será o próximo presidente atendo-se aos votos conseguidos pelos concorrentes em cada Estado. Além disso, no dia 03 de janeiro de 2021 inicia as sessões do novo Congresso. No dia 06 de janeiro, a Câmara de Representantes e o Senado se reunirão para certificar quem é o novo presidente dos Estados Unidos. E esse novo presidente, tomará posse no dia 20 desse mês.
O caos que Trump pode criar.
Há dois momentos de possível caos. O primeiro está na agenda de Trump. Acredita que o Supremo Federal inverta o resultado eleitoral da Geórgia, da Pensilvânia e do Michigan (talvez outros Estados mais). Mas há outro tão ou mais caótico que a mudança na justiça: os legisladores republicanos dos Estados onde Trump perdeu podem apresentar uma lista de eleitores no Colégio Eleitoral contrários aos resultados das urnas. Pensilvania, Michigan e Wisconsin, Estados onde Trump perdeu, tem maioria de deputados estaduais republicanos. Nesse caso, os governadores desses Estados, terão de apresentar uma lista de eleitores favoráveis a Biden. Esse segundo caos, também teria de ser resolvido na justiça. Enfim, o jogo da apuração está resolvido. Todavia, há dois caos em curso contra apenas um possível gesto de concórdia.
Há dois momentos de possível caos. O primeiro está na agenda de Trump. Acredita que o Supremo Federal inverta o resultado eleitoral da Geórgia, da Pensilvânia e do Michigan (talvez outros Estados mais). Mas há outro tão ou mais caótico que a mudança na justiça: os legisladores republicanos dos Estados onde Trump perdeu podem apresentar uma lista de eleitores no Colégio Eleitoral contrários aos resultados das urnas. Pensilvania, Michigan e Wisconsin, Estados onde Trump perdeu, tem maioria de deputados estaduais republicanos. Nesse caso, os governadores desses Estados, terão de apresentar uma lista de eleitores favoráveis a Biden. Esse segundo caos, também teria de ser resolvido na justiça. Enfim, o jogo da apuração está resolvido. Todavia, há dois caos em curso contra apenas um possível gesto de concórdia.