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Em Pauta

EUA: uma longa história de eleições contestadas na justiça

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/11/2020 07:32
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Até o momento, só há um derrotado nas eleições norte-americanas: os institutos de pesquisa. Ainda que tenham melhorado enormemente seus estudos de probabilidade, erraram. Um erro que irá macular os institutos de  pesquisas por muito tempo. E esse erro é a essência da contestação que provavelmente Trump levará à justiça com as vestes de uma eleição fraudada. Donald Trump já afirmou que levará a eleição ao Supremo Tribunal, onde tem folgada maioria. Com a nomeação da juíza Amy C. Barret, os republicanos passaram a ter seis cadeiras, contra três dos democratas. Mas, ao contrário da mídia torcedora vem afirmando, esta é apenas uma contestação judicial a mais na longa história de lutas jurídicas eleitorais nos EUA.


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1876: intimidação generalizada de eleitores negros.

Primeiro é importante saber que a história de luta contra o racismo nos EUA teve uma virada gigantesca. Quem lutou inicialmente pelo fim da escravidão foram os republicanos. Os grandes racistas eram democratas. Em 1876, os republicanos escolheram o governador de Ohio, Rutheford Hayes, para a disputa pela presidência. Os democratas escolheram o governador de N.York, Samuel Tilden, para o embate. Mas, no dia da eleição, houve intimidação generalizada contra os eleitores negros em todo o sul do país. A disputa foi parar na justiça. Os questionamentos eram sobre o cerceamento de voto na Flórida, Louisiana e Carolina do Sul. A justiça invalidou votos suficientes para virar as eleições e dar vitória apertada - 185 a 184 delegados -  para  Hayes.


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1888: compra gigantesca de votos.

Estão pensando que só há compra de votos no Brasil? É bom saber que os EUA já viram um candidato vencer devido a compra gigantesca de votos. Em 1888, o presidente democrata Grover Cleveland, de N.York, concorreu com o senador republicano, de Indiana, Benjamin Harrison. Ficou comprovado que o tesoureiro do Comitê Republicano estava comprando votos em grande quantidade. Ainda assim, Cleveland resolveu desistir do embate judicial e vencer uma revanche contra Harrison quatro anos depois.


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1960: a eleição de Kennedy foi fraudulenta?

A eleição de 1960 colocou o vice-presidente republicano Richard Nixon contra o senador democrata John Kennedy. O voto popular foi o mais próximo do século XX. Kennedy derrotou Nixon por apenas 100.000 votos, uma diferença de 0,2%. No colégio eleitoral, Kennedy derrotou Nixon por menos de 1% em 5 Estados - Missouri, N.Jersey, Novo México, Havaí e Illinois. A gritaria republicana de fraude foi grande. Começaram a montar processos judiciais em Chicago e no Texas. Embora tivesse muitas notícias de fraude, Nixon resolveu desistir da ação na justiça. Seguindo o exemplo de Cleveland, Nixon voltou a concorrer - e vencer - nas eleições seguintes.


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2.000: as cédulas borboletas da Flórida.

Os jornais descobriram no dia da eleição que uma "cédula borboleta", que tinha um desenho que violava a lei estadual da Flórida, havia confundido milhares de eleitores. Muitos que pensaram estar votando em Al Gore, dos democratas, sem saber, votaram em outro candidato do pequeno Partido Reformista. Gore acabou perdendo a Flórida para Bush, dos republicano, por tão somente 537 votos. E, ao perder a Flórida, perdeu a eleição. Após um mês de embate jurídico, Gore venceu na justiça da Flórida mas perdeu na Suprema Corte.
As eleições dramáticas, levadas à justiça, não são novidade nos EUA. Podem se repetir neste ano.

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