Inglaterra e EUA adotam o uso compassivo das vacinas de RNA
A autorização concedida pela Inglaterra e pelos EUA para a aplicação das duas vacinas de RNA contra a covid-19 não é tão completa como a que será dada, até o final de dezembro, pela Agência Europeia de Medicamentos. São trâmites diferentes. Mas a imensa maioria dos cientistas acredita que vale a pena acelerar as autorizações governamentais.
Por que britânicos e norte-americanos foram mais rápidos?
São autorizações distintas. Ingleses e norte-americanos autorizaram uma espécie de uso compassivo. Usaram requerimentos distintos de uma autorização completa. São autorizações de uso de emergência, não de comercialização, com requisitos bem mais baixos. É para uso compassivo, mas é coletivo e não individual. A mesma atitude que tomaram com a cloroquina e com o remdesivir.
Só poderão vacinar determinados grupos.
A autorização da Inglaterra e dos EUA será dirigida a alguns grupos da sociedade, não poderão imunizar toda a população, ainda que disponham da quantidade de vacinas para tal façanha. Mas a pressa envolve alguns cuidados especiais. A qualidade das vacinas será checada lote a lote. Só ampliará as autorizações à medida que os testes tenham terminado e devidamente comprovados. Haverá um fluxo intermitente de vacinas e vacinações. Um trabalho gigantesco.
De quem é a responsabilidade se ocorrerem falhas?
Com uma autorização de comercialização completa, a responsabilidade por qualquer problema com as vacinas, recai sobre as empresas. O governo fica isento. Já com a autorização parcial, compassiva, a responsabilidade recairá sobre os governantes. É preciso coragem, muita confiança nas vacinas e na multidão de funcionários contratados para liberar cada um dos lotes.