Médicos já defendem exercícios para dor lombar
A dor é excruciante. Cerca de 80% das pessoas passam pelo tormento de sentir dores na parte inferior da coluna vertebral - coluna lombar. A maioria dos casos de dor nas costas diminui por conta própria dentro de 10 a 12 semanas. Para alguns afetados, porém, a dor se torna crônica, interferindo e prejudicando seriamente a vida doméstica e profissional.
Médicos, ao longo do tempo, têm receitado repouso, comprimidos e, em casos extremos, cirurgia. Mas os pesquisadores têm questionado esses tratamentos e cada vez mais a comunidade médica considera uma solução mais simples. Evidências crescentes sugerem que os exercícios físicos estão entre os melhores "remédios". Há indicações que estamos sendo supermedicados. Algum dia, sugerem as pesquisas, planos de saúde começarão a cobrir cursos de ioga, pilates e tai chichuan como alternativas mais seguras a analgésicos ou cirurgias.
O pensamento sobre como tratar a dor lombar mudou várias vezes nas últimas décadas. Acreditavam que repouso seria a maneira ideal de recuperar de uma dor lombar. Em uma série de estudos nas décadas de 80 e 90 perceberam que ficar deitado de fato protelava a recuperação.
Também exploraram opções cirúrgicas, só para descobrir que essa correções físicas eram frustradas pela complexidade da coluna lombar. Os melhores candidatos para uma intervenção cirúrgica são pacientes cujas dores derivam de uma fonte identificável - infecção ou tumor, por exemplo. Mas 90% dos casos não são resolvidos com cirurgia. Traumas ou agressões infligidos a músculos, ligamentos, articulações, nervos ou ossos podem causar dor nas costas. E as sensações específicas são únicas, exclusivas de cada indivíduo. O mesmo dano neural em duas pessoas pode suscitar sintomas completamente diferentes. Resumindo, é difícil saber de onde vem a dor ou como intervir cirurgicamente para fazê-la parar.
As últimas pesquisas sobre dores lombares.
Em três amplas análises distintas, publicadas entre 2015 e 2017, pesquisadores da Universidade de Sydney compararam evidências de dezenas de estudos para determinar quão bem várias opções farmacêuticas aliviam a dor lombar e constataram que todos os medicamentos são deficientes. O paracetamol, segundo eles, não passa de um placebo, uma mentira. Outros remédios, de fato, trazem alívio. Anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno, podem causar úlceras estomacais. Opiáceos podem ser viciantes e levar a overdoses. "Medicamentos podem ser aliados, mas não deveriam ser o componente central do tratamento", diz a universidade australiana.
Em fevereiro, o Colégio Norte Americano de Médicos divulgou novas diretrizes para tratamentos não invasivos. A principal mensagem foi que opções farmacêuticas, e opiáceos em particular, deveriam ser o último recurso. Em vez deles, sugerem calor superficial como um método bem estudado para aliviar lombalgias agudas. Também encontraram evidências que apoiam os exercícios físicos leves como ioga, pilates e tai chi.
Em julho, uma equipe do Centro Médico de Boston publicou resultados de um estudo com 320 pessoas afetadas por dor lombar crônica que foram encaminhadas à prática de ioga, fisioterapia ou receberam materiais de leitura sobre sua condição. Depois de três meses, os grupos de ioga e fisioterapia mostraram-se menos propensos a usa medicação analgésica para lidar com sua dor ou desconforto do que aquelas que só receberam material informativo. Concluíram que ioga era tão efetiva quanto fisioterapia. As duas opções reduziram a dor e melhoraram a mobilidade. Mas é importante ressaltar que nenhuma opção funciona bem para todos.
O implante elétrico cerebral que paralisa até um miúra.
O ano era 1963. José Delgado mostrava ao mundo o poder de seu "stimoceiver", um implante de estimulação elétrica no cérebro ativado por rádio. Ele havia criado esse implante na Universidade de Yale, EUA. Ele foi a uma arena de touros e deu um show. De um lado, um miúra de 250 quilos, criado para atacar humanos que balançam panos. Do outro, não um toureiro, mas um senhor meio pançudo, beirando os 50 anos, vestindo terno. O touro avança contra o pançudo. ele só têm na mão uma misteriosa caixa com um botão. Prestes a ser chifrado, quando o touro estava a um metro de distância, ele estende a mão, em um gesto hipnotizador, e clica no dispositivo. E o touro desiste. Perde o interesse no pançudo. O animal dá meia-volta. Desligando a máquina, o pançudo puxa uma capa de toureiro. A fera investe novamente. Nem chega a encostar no pano. Novamente perde o interesse.
O aparelho já havia sido testado em macacos e em humanos. Pacientes de hospitais psiquiátricos tinham recebido o implante no cérebro e tiveram algumas emoções como a agressão controlados. O stimoceiver foi capaz de produzir uma variedade de efeitos incluindo sensações agradáveis, exaltação, concentração profunda e sentimentos estranhos, super-relaxamento, visões coloridas e outras respostas.
Os experimentos de Delgado serviram de inspiração para os chamados marcapassos cerebrais , que estimulam eletricamente o córtex . Hoje, são usados para tratar casos graves de depressão, mal de Parkinson e dor crônica. Delgado só morreria aos 100 anos, em 2011. Teve tempo de ver o vídeo de sua tourada colocado no YouTube.