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Em Pauta

O Green Card dos cubanos

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/02/2016 08:11
O Green Card dos cubanos

Há uma nova onda migratória na América Latina. Milhares de cubanos estão cruzando a América Central para chegar aos Estados Unidos. Há jornalistas nos EUA que tratam essa onda como um novo êxodo.

O primeiro ponto de parada dos cubanos ocorre em Quito, capital do Equador. Em 2008, o governo esquerdista de Rafael Corrêa, no Equador, incluiu em uma nova Constituição, o princípio da cidadania universal, que não exigia visto de qualquer pessoa, vinda de qualquer parte do mundo. Alguns anos depois, em 2013, o governo cubano de Raul Castro dispensou a autorização prévia para os cubanos que desejassem sair do país em viagem de turismo. O resultado foi um enorme contingente de cubanos "saindo de férias eternas" para o Equador. A maioria indo por mar. Um bilhete aéreo entre Havana e Quito não sai por menos de US$ 650 e o salário médio mensal em Cuba é a "fortuna" de US$ 20 (isso mesmo, vinte dólares por mês).

Os cubanos têm de atravessar algo como 7 mil quilômetros de América Central. Uma viagem exaustiva e perigosa. Só no México, o cartel dos Zetas executou 72 imigrantes que se negaram a pagar o "pedágio" da travessia para os EUA. Mas, os cubanos têm uma imensa vantagem sobre todos os demais latino-americanos que fazem o mesmo percurso, aqueles que conseguem atravessar as fronteiras dos EUA serão acolhidos por uma lei norte-americana que desde 1966 garante o visto de permanência - o cobiçado Green Card.

O Green Card dos cubanos
O Green Card dos cubanos

Morgan, o comandante norte-americano da guerrilha cubana.

A rede de TV PBS dos Estados Unidos colocou no ar um documentário sobre a vida de um aventureiro norte-americano que foi figura de ponta na Revolução Cubana, conforme o jornal espanhol El País. Willian Morgan morreu fuzilado em Havana, em 1961, contando com 32 anos de idade. Durante alguns anos ficou famoso por comandar um dos braços da guerrilha contra o ditador Fulgencio Batista e levar ao poder o jovem advogado Fidel Castro. Todavia, decepcionado com os rumos comunistas da revolução, acabou conspirando contra Fidel e foi fuzilado.

Morgan era um típico aventureiro dos anos 50-60. Alistou-se no Exército dos EUA, durante a Segunda Guerra Mundial, e foi mandado para combater no Japão. Lá ele foi acusado de deserção e passou três anos na prisão. Quando foi libertado acabou se envolvendo com a máfia de Miami, cidade onde funcionava o centro dos opositores de Fulgencio Batista. Morgan começa a vender armas a esses opositores que tramam um golpe em Cuba. Ele vai à ilha mais famosa do Caribe e tenta chegar a Sierra Maestra, onde estava Fidel.

Não consegue aproximar-se desse braço da guerrilha, mas se encontra com a Frente de Escambray, um grupamento de guerrilheiros constituído apenas por camponeses e estudantes sem nenhum preparo militar. Morgan treina os guerrilheiros para os combates e acaba assumindo seu comando. A revolução triunfa em 1959 e Morgan é um de seus dos principais chefes.

A máfia norte-americana, preocupada com seus cassinos cubanos, alia-se ao derrotado Fulgencio Batista e tenta cooptar Morgan. Oferecem-lhe US$ 1 milhão para matar Fidel. Morgan denuncia a Fidel a proposta de seus opositores e o líder revolucionário pede a ele que continue com o jogo. Morgan vira o principal espião de Castro.
Morgan, torna-se um criador de rãs na Cuba de Fidel e cria sua família. Fica desapontado com a aproximação de Fidel com a União Soviética. Ele era anticomunista e católico e resolve criar um exército para combater Fidel. Com a colaboração da CIA e de Fulgencio Batista, retorna às montanhas de Escambray comandando um pequeno contingente de opositores. O pequeno exército é dominado rapidamente. Morgan foi fuzilado.

O Green Card dos cubanos
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Clubes de futebol chineses gastaram mais de R$ 1 bilhão em contratações.

As contratações chinesas levaram quase a metade dos jogadores do Corinthians. Mas esses clubes contrataram muito mais. Gastaram nada menos que R$1 bilhão em jogadores do mundo todo, 67% mais do que gastaram na temporada anterior. E ainda não encerraram as compras, a "janela", o prazo para contratações só terminará em 26 de fevereiro. Até o ano anterior era muito difícil convencer algum jogador renomado de ir à China. Hoje, é o contrário, é preciso convencer os clubes chineses porque jogadores clamando por transferência não faltam.

No início do mês, Alex Teixeira, jogador brasileiro do Shaktar Donetsk, da Ucrânia, pretendido pelos maiores times da Inglaterra e da Itália, foi para a China ao preço de R$ 215 milhões, batendo as condições dos europeus e protagonizando a mais cara transferência da China. O recorde anterior, que durou apenas dois dias, tinha sido a transferência do colombiano, Jackson Martínez, do Atlético do Madri (R$ 180 milhões).

Seguiram Alex Teixeira, o brasileiro Ramírez, o costa-marfinense Gervinho, o camaronês Mbia, o colombiano Fredy Guarin e tantos outros. Não procuram apenas os milhões chineses, mas sabem também que os "flashes" começam a espocar na potência asiática. Mas tem muito mais, só a escola de futebol de Figo, ex-capitão da seleção de Portugal já está implantada em 14 cidades chinesas e emprega 60 treinadores que saíram de Portugal. O Benfica abriu uma academia na China e o Sporting está abrindo outras 20 academias. Desconhecimento ou inveja? O fato é que as transferências dos jogadores do Corinthians mostraram apenas o primeiro passo de até onde o futebol chinês irá.

O Green Card dos cubanos
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O aplicativo do fantasminha, Snapchat, é a nova onda dos jovens.

Ao todo, são 100 milhões de usuários ativos diariamente no mundo. A maioria deles, jovens, o público dos sonhos dos marqueteiros em geral. Grandes empresas, e até o governo dos Estados Unidos, também estão se aproveitando da assiduidade com que o aplicativo é usado pela garotada. Essas companhias sabem: o Snapchat é o queridinho do momento da geração Y - nascidos entre 1980 e 1989. Conquistou o público usando uma velha fórmula. Oferece algo simples, mas inédito. Sem precisar mudar o celular de posição, o usuário compartilha fotos e vídeos com um grupo de pessoas escolhidas. Depois de 24 horas, o conteúdo some. Nada de perder tempo fazendo selfies. No Snapchat, a produção é descontraída. Afinal, em breve desaparecerá. E é também por isso que o aplicativo é o mais usado pelos adeptos da outra nova moda - a dos nudes. A troca de imagens íntimas faz sucesso. Mas o Snapchat está mais próximo de um diário aberto e em tempo real.

O Green Card dos cubanos
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Por que a inflação não cede no Brasil?

Ela voltou. A prévia do índice oficial de inflação ao consumidor, o IPCA, alcançou 10,28% nos 12 meses encerrados em novembro, retornando aos dois dígitos pela primeira vez desde 2003. No orçamento das famílias, essa média esconde uma conta de luz 53% mais cara e um aumento de 18% a 20% da gasolina, enquanto o preço do trivial feijão com arroz subiu 19%, na média, e o do sapato feminino (acredite, se quiser) não aumentou nos 12 últimos meses.

Os economistas conseguem explicar parte do retorno da inflação de mais 10%, mas há um pedaço e uma dinâmica que os desafiam. E esse pedaço desconhecido é fundamental para determinar o que o Banco Central (BC) deve ou deve fazer na tarefa de trazer a inflação brasileira para a meta de 4,5% ao ano. Além do desconhecido, o debate sobre inflação ganhou um adendo, que talvez represente um problema maior do que o do nível de preços. Se o Brasil estiver na chamada "dominância fiscal", subir os juros, tarefa que o BC vem realizando, passa a ser não apenas ineficiente, mas contraproducente.

De acordo com a maioria dos economistas o repasse das depreciações cambiais à inflação são muito mais fortes no Brasil do que se imaginava. Esse mesmo grupo de economistas preconiza a necessidade de queda do custo do trabalho. Há ainda, a questão da dominância fiscal, situação que ocorre quando os credores da dívida pública deixam de acreditar que serão gerados superávits primários suficientes, no futuro, para pagar a dívida da União. Essa situação leva o credor a se livrar do estoque de riqueza em seu poder, procurando outros investimentos, o que aumenta a depreciação da moeda, gerando mais inflação. Como a alta de juros alimenta a dívida, no momento em que os credores não acreditarem que ela será paga no futuro, elevar os juros só aumenta o tamanho do problema.

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