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Em Pauta

O homem que plastificou o mundo

Mário Sérgio Lorenzetto | 31/08/2019 08:12
O homem que plastificou o mundo

Os historiadores do futuro recordarão ao químico de origem belga Leo Baekeland como o homem que plastificou o mundo. Inventou, em 1907, o primeiro plástico, a "baquelita", chamada assim em honra a seu sobrenome. Baekeland não podia imaginar as consequências econômicas e planetárias de sua invenção. Mas seu trabalho pioneiro mudou o mundo, e não no melhor dos sentidos.

O homem que plastificou o mundo

Fácil de fazer e barato.

O drama do plástico está na facilidade para fazê-lo e no custo - é muito barato. As técnicas são pré-históricas, usam o calor e a pressão , e logo se tornam rígidos ao esfriar. Essa facilidade te permite fabricar uma mangueira de jardim ou o chassis do telefone celular, mas também uma garrafa de tereftalato de polietileno (PET) para beber água e a bandeja de poliestireno (Styrofoam) aquela em que vendem verduras, pedaços de frango ou uma colher, um prato, a sobremesa do dia ou bolsas descartáveis para meter todos os produtos anteriores.

No melhor dos casos, tudo isso acabará em um sistema de reciclagem custoso e imperfeito. No pior, terminará envenenando com microplásticos rios, lagos e oceanos e a alguns de seus habitantes, que são nossos alimentos tidos como mais saudáveis.

O homem que plastificou o mundo

A goma laca.

O produto que precedeu o plástico foi a goma laca. Já era mencionada no "Mahabhárata", no século II antes de Cristo e, certamente, já existia muito tempo antes. É uma resina obtida do verme da laca, endêmico na Indonésia. Até nossos dias, a goma laca também é usada para mil coisas, desde as cápsulas de medicamentos até o embelezamento de maçãs. Os veganos evitam os produtos com laca por ter origem em um verme. Talvez devessem adorar Leo Baekeland, que em 1905 sentou em seu laboratório para ver como o engenho humano poderia superar a goma laca.

Não disparem em Baekeland. A culpa das toneladas de plástico nos rios não são desse químico inovador, e sim nossa, dos usuários que continuamos utilizando as bolsas de supermercado e o resto do catálogo de milhares de produtos desnecessários e danosos.

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