Os argentinos são mais racistas que os brasileiros?
Não há a menor dúvida, os argentinos são assumidos racistas. Os brasileiros tem vergonha do preconceito que sentem, escondem como se fosse um tabu. Em terras tupiniquins, um ato racista tende a ser punido, ainda que com mão leve; na Argentina, a punição de racistas não está em pauta. E muitos defendem publicamente atos ignominiosos como esse.
Historicamente racista.
O maior problema do racismo argentino não está nos campos de futebol, como os ocorridos na quarta-feira, contra os jogadores do Atlético, quando pela milésima vez, imitaram macacos. Vem de longe. Durante as guerras de independência, os escravos foram colocados na linha de frente das batalhas e eram os primeiros a levar bala. Foi assim, que quase foram dizimados.
Racismo bem documentado.
Há um livro intitulado “Argentinos”, escrito por um estudioso desse país, de nome Jorge Lanata, que mostra com toda a clareza o genocídio a que submeteram os negros que lá viviam. No censo de 1.810, diz o livro, a população negra na Argentina era de 25%. No de 1.887, tinha caído para tão somente 1,8%. Quase desapareceram.
Eu acuso!
No início do ano, visitei Pompeia, a cidade parcialmente destruída pelo vulcão Vesúvio, na Itália. Havia observado um simpático grupo de japoneses, guiados por um rechonchudo. Eles brincavam de sumô, a luta típica daquele país. Fingiam que o guia era lutador de sumô. Ele abria a algazarra uivando, tal como fazem no inicio dessa luta. Outro grupo de turistas, da Argentina, os observavam. Um deles, afirmou que o guia japonês, guinchava, uivava, e, portanto, era brasileiro, assim como todos os japoneses que o seguiam. Eram macacos, portanto. O racismo argentino não vive - e cresce - apenas nos campos de futebol, está nas ruas. Brasileiro pardo ou negro que for aquele país deve ter cuidados redobrados.