Os relógios que mantém o corpo humano sincronizado
Há muito tempo já sabemos que o cérebro mantém um eficaz relógio biológico, que dita que durante a noite tenhamos sono e ao meio dia entre a fome. Mas esse não é nosso único cronômetro interno. Segundo recentes estudos genéticos há uma imensa gama de relógios biológicos ocultos pelo nosso organismo dirigindo atividades específicas no coração, no pâncreas, na pele, nos pulmões... Manter esses outros relógios sincronizados com o cérebro, graças a uma pontual rotina diária ajuda a controlar o peso e pode otimizar tratamentos como a quimioterapia contra o câncer.
Ciclos circadianos.
O corpo humano já nasce com um relógio biológico, como se fosse um produto em série de uma fábrica de bebês. É ele que nos sincroniza com o ritmo da natureza. Esse relógio corporal nos liga com os ciclos circadianos de luz e escuridão. Nos coloca para dormir com a escuridão e nos desperta no alvorecer. Esse relógio não só determina os ritmos do sono como também funcionam na regulação da temperatura, na produção de hormônios e nas funções do aparelho digestivo. É exatamente o que estão desconfiando: uma vida "monótona", "chata", cumpridora de horários, é a que nosso corpo gostaria que tivéssemos.
É o nosso "relógio central".
A pontualidade é importante não só para estudos, trabalho e negócios. É fundamental para que nosso corpo funcione bem. Ele está situado atras dos olhos, no hipotálamo. Assim determinando os sinais luminosos que arrumarão a temperatura, o nível de atividade, o estado de alerta e a liberação de melatonina, para induzir o sono. É o nosso relógio central.
Cada zona do corpo tem sua hora de agitação.
Graças aos avanços nos estudos da genética, hoje já são conhecidos milhares de outros relógios de nosso corpo. Por exemplo, nossos pulmões, de acordo com relógios específicos, reduzem suas atividades durante a noite. É por isso que somos mais propensos a sofrer ataques de tosse ou de asma no período noturno. Há outro exemplo também interessante e importante. Os relógios periféricos podem desacoplar-se do central. Para que isso ocorra, basta mudar os horários das refeições. Os relógios desacoplados engordam mais, comendo a mesma quantidade de comida, que aqueles que os tem sincronizados.
O estudo do Kings College de Londres.
Essa faculdade analisou os hábitos de 5.000 ingleses, com dados recolhidos desde 1946. Conclui que os adultos que não comem em horários regulares têm maiores possibilidades de sofrer problemas cardiovasculares e diabetes. E obesidade. Além disso, a pesquisa demonstrou categoricamente que os trabalhadores noturnos tem ainda maior possibilidade de problemas cardiovasculares, diabetes e obesidade que aqueles que comem sem horários determinados. Além disso sofrem de fadiga crônica. Há grandes vantagens em levar um vida de rotina rígida nos horários de descanso, atividade física e alimentação.