Reeleição e o rabo da serpente. Quem disputa com Marquinhos?
Pela infinitésima vez tentam debater o fim da reeleição. Em um recente artigo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz sua mea-culpa. Para quem não lembra, a reeleição foi instituída no governo FHC. Constrói uma falácia misturada com verdades. Admite que seu governo conduziu a aprovação da reeleição no Congresso, mas não admite a compra de votos. Besteirol. Dezenas, talvez centenas de votos de deputados federais e de senadores foram escancaradamente comprados com dinheiro ou com a concessão de rádios.
O rabo da serpente.
A reeleição é o rabo de uma serpente. Não pica. Todavia, estrangula ou prepara o bote para que os dentes sejam cravados. Também é um paradoxo, todos são contra (quando estão na oposição) e todos são favoráveis (quando estão no governo). Basta um argumento para destruí-la: quem está no governo compra votos. Os Sacolões, Bolsas e Ajudas aos mais desvalidos são os braços simpáticos da compra de votos.
A campanha eleitoral sem corpo-a-corpo.
Teremos uma das mais complexas eleições em novembro. A primeira interrogação é: como os candidatos a vereador e prefeito farão suas campanhas com o coronavírus nas ruas. A resposta ingênua é: pelas redes sociais. Não basta. Quem acreditar que a internet acertará todos os eleitores está equivocado. É possível que chegue à maioria dos eleitores, nunca a 70% deles. Televisão e rádio costumam ser veículos da pasmaceira, do sem sabor e sem paixão. É a chatice que invade nossas casas. O corpo-a-corpo sempre foi decisivo.
Quem concorre com Marquinhos?
Marcos Trad construiu uma vantagem sobre seus adversários nos primeiros meses de administração. Campo Grande, enfim, tinha governo. Depois da fumaça tóxica jogada na cidade por Bernal e Olarte, a cidade respirava bons ventos. Ao longo dos anos, Marquinhos errou e acertou. Não teve uma administração brilhante, mas foi eficaz.
As bolsas de apostas colocam o vereador Vinicius e os deputados Marcio e Kemp como prováveis concorrentes de Marquinhos no segundo turno. A bola de cristal desta coluna não enxerga a candidatura petista com força para chegar ao segundo turno. Kemp é insípido, nunca foi candidato forte. E o petismo está catatônico. Marcio e Vinicius estão largando nessa corrida em melhores posições. Mas é apenas a largada, terão de demonstrar que sabem conduzir suas máquinas até o segundo lugar no pódio. O primeiro lugar, sem dúvida, pertence a Marquinhos.