Réveillon, entre as religiões africanas e a cultura italiana
"Réveillon", uma palavra francesa que significa "despertar", não possui uma caracterização tão forte como o Natal, mas tem alguns costumes típicos. Alguns deles, no Brasil, estão, na verdade, conectados às religiões de matriz africana como o candomblé e a umbanda. O branco, cor usada pela imensa maioria nessa data, simboliza a luz, associada a figuras que usam branco, como o caso de Oxalá - o sol, para as essas religiões.
O ano termina e começa outra vez - o velho e o novo.
O réveillon traz presente a questão do velho e do novo. O Oxalá tem dois aspectos: Oxalufan e Oxaguiam, um é velho, outro é novo. Então também representam esse ano velho e o novo que está nascendo. Assim como ocorre com o Natal, comemorado por pessoas sem religião alguma, os costumes do réveillon brasileiro são adotados por quem nunca esteve em um terreiro. Com o passar do tempo, esses costumes perderam a raiz religiosa e passaram a pertencer a nossa cultura.
Sete ondinhas e flores.
A tradição de pular as sete ondinhas e as flores levadas ao mar, ou a um rio, vem do culto à deusa Iemanjá, orixá do mar e das águas. Já as sete ondinhas está ligada a Exú, associado à areia das praias. Para as religiões africanas é ele quem faz a transferência de um caminho para outro, do mar para a terra, e aí você pula na areia as sete ondinhas para chegar vagarosamente à praia.
Lentilhas italianas.
Assim como temos o peru como comida típica natalina, o réveillon brasileiro é marcado pelo tradicional prato de lentilha. Os imigrantes italianos comiam um prato de lentilha logo após a meia-noite. A lentilha lembra uma moeda, como comemos muitas lentilhas, isso traria prosperidade.