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Em Pauta

Tá todo mundo louco. Brevíssima história da esquizofrenia

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 17/02/2025 07:00
Tá todo mundo louco. Brevíssima história da esquizofrenia

Há pouco dias, contei a história de como os melhores psiquiatras norte-americanos despatologizaram a homossexualidade. Vamos a outra historia: a esquizofrenia. O primeiro caso de esquizofrenia conhecido é de 1.810, quando James Tilly Matthews, paciente de um hospital britânico, disse que agia influenciado pela energia originária de máquinas. Delas saiam raios que afetavam sua mente, carregando-a de ideias delirantes.


Tá todo mundo louco. Brevíssima história da esquizofrenia

O livro do farmacêutico.

O boticário desse hospital, de nome John Haslam, publicou um livro com ilustrações de loucuras que se tornou um clássico na literatura médica de então. Esse livro foi dedicado ao maluco Matthews. Descrevia os delírios do paciente que se sentia dominado pelas máquinas de fiação. É importante situar que essa era a época em que a Revolução Industrial dava seus primeiros passos. As máquinas pareciam enlouquecer muitas pessoas.


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Malucos beleza assassinados por Hitler.

Durante a primeira metade do século XX, muitos pacientes que sofreram alucinações auditivas, vozes que se escutam na cabeça, foram assassinados por Hitler, como parte do programa de extermínio batizado de “Aktion T4”. Via de regra, eram “malucos beleza”, não ocasionavam mal algum a outras pessoas, apenas a eles mesmos. Poucos eram violentos.


Tá todo mundo louco. Brevíssima história da esquizofrenia

Palavra usada para internar.

Anos depois, o psicólogo norte-americano David Rosenhan publicou na revista cientifica “Science” um forte questionamento sobre o uso da palavra “esquizofrenia”. Dizia que era uma palavra cômoda de que se servia a ciência para estigmatizar a uma serie de pessoas sadias internadas em hospitais psiquiátricos.


Tá todo mundo louco. Brevíssima história da esquizofrenia

O primeiro experimento de Rosenhan.

O norte-americano explicou um experimento que fez com voluntários. Foram ingressados em vários hospitais psiquiátricos. Nenhum tinha problemas mentais. Tampouco antecedentes. Mas se fizeram passar por loucos que escutavam vozes em suas cabeças. Sete dos nove pacientes foram diagnosticados com esquizofrenia.


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Rosenhan ataca outra vez.

Em um segundo experimento, Rosenhan propôs a um hospital universitário enviar um bom número de impostores que se fariam passar por esquizofrênicos, com o fim de que os médicos do hospital detectassem os farsantes. Das 193 pessoas enviadas por Rosenhan, 41 foram assinalados como impostores. Mas o certo é que Rosenhan havia ludibriado o hospital. Nenhum dos 193 era farsante. As doenças mentais são de difícil diagnóstico.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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