Candidaturas geram expectativa pelos projetos
MUITO BOM: Apesar do ano eleitoral e da polarização, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tem avaliação positiva. Segundo o ‘Ranking Pesquisas’ (3 mil pessoas em 30 cidades), a sua aprovação é superior a 70% da população, com 45% de bom e ótimo e 34% de regular. Fruto de suas ações presentes em todas cidades e seus segmentos sociais.
ESPECULAR: A nossa corrida eleitoral ainda no início. O número de pretendentes ao cargo de governador é elevado. Ouso questionar: qual o plano de administração de cada um deles para gerir o Estado que passa por metamorfose em sua matriz econômica e social? Ao longo da campanha oficial espera-se pelos indicativos do que eles planejam fazer.
PROMESSAS: São acenos de esperança, ainda que em forma de referências genéricas (elaboradas por marqueteiros) como na saúde e educação. Mas o eleitor quer algo mais próximo e consistente. Daí que o candidato precisaria de uma consultoria técnica idônea para subsidiar determinadas obras ou projetos sócios econômicos considerados pilares referenciais da futura gestão.
FRACASSO: Ganhar eleição apenas com discursos e promessas genéricas é um perigo! Foi o caso de Alcides Bernal, então prefeito eleito de Campo Grande que adiou ‘sine die’ os nomes da futura equipe de governo. Ele, não tinha identidade social e relações nos segmentos sociais onde habita gente com o perfil apto a gestão pública. Deu no que deu.
AJUDA? Convenhamos, o universo do MS é pequeno, o que facilita a identificação de pessoas com protagonismo positivo no ambiente social/político onde vivem. A notícia da possível escolha delas por exemplo, para servir ao futuro governo pode até influenciar positivamente junto à opinião pública e por extensão a alguns setores do eleitorado.
‘FAZ PARTE’: O pedido de aposentadoria do conselheiro Jerson Domingos no Tribunal de Contas e a indicação de Sergio de Paula para seu lugar na corte. A concretização das pretensões ocorrerá sem sustos. Jerson comandaria a campanha de Puccinelli ao Governo. Ao colunista o conselheiro admitiu que há entendimentos sobre o assunto, mas não deu maiores detalhes.
O LÍDER: No 6º mandato o deputado Paulo Correa colhe dividendos de sua atuação com 600 proposições no período. Na última pesquisa da ‘Ranking’ ele lidera a preferência dos eleitores consultados em 30 municípios para as eleições ao parlamento estadual. Apesar da pandemia, o presidente da Alems manteve o ritmo dos trabalhos com 72 sessões no 1º semestre de 2022.
‘BRIGADEIRO’: Eleições no Brasil nada tem em comum com patriotismo ou algo parecido. Campanha eleitoral não é cruzada cívica como pensava o brigadeiro Eduardo Gomes ao perder em 1945 para Eurico G. Dutra e em 1950 para Getúlio Vargas. Aliás, a maioria ignora - para arrecadar fundos seu partido (UDN) vendia doces, entre eles, aquele de chocolate batizado popularmente de ‘brigadeiro’ em alusão ao candidato.
IDEALISMO: Como diria Galvão Bueno: “Pode isso Arnaldo? Vender doces para conseguir dinheiro de uma campanha presidencial?” Quanto ingenuidade ou pureza do candidato Eduardo Gomes para demonstrar sua honestidade de propósitos. E pensar que hoje os partidos deitam e rolam com verbas oficiais milionárias para suas campanhas.
OS PROFISSIONAIS: Hoje não há espaço para amadores e idealistas. Os personagens do processo eleitoral movidos pelo dinheiro e perspectivas de vantagens. A escala destes atores da cena política vai dos legislativos das pequenas cidades ao suntuoso Palácio do Planalto. A diferença entre esses protagonistas fica apenas no corte dos ternos ou do estilo do nó da gravata. O resto...
DEFINIÇÕES: Eleição é igual casamento. A gente só sabe como começa. Eleição não é um baile onde você escolhe a música, com quem dançar e a bebida que quiser. Eleição é guerra - onde às vezes se mata ou se morre. O conceito de moral e de direito na eleição é relativo. Depende de que lado você está. Na eleição não há ‘derrota honrosa’. Só não vale perder.
DISCURSOS: Devem ser objetivos para alcançar o eleitor. Veja por exemplo trecho da fala na contramão, de Eduardo Gomes no evento da UDN que oficializou sua candidatura em 1950: “A solução dos problemas só será digna de encômios, quando influir rápida e favoravelmente na situação dos que mais sofrem as desigualdades da fortuna.” Não podia mesmo ganhar com esse estilo.
JULINHO: O ex-governador do Mato Grosso, famoso pelos episódios protagonizados. Nas eleições de 1990 acompanhava seu irmão Jaime Campos, candidato ao Governo. Em Arenápolis, mocinhas assanhadas gritavam “Julinho...Julinho”. Ele retribuiu beijando as mãos delas. Jaime o advertiu: “Está louco, beijando mãos de prostitutas?” Sorrindo, Julinho reagiu: “a mão que elege é a mesma que derrota”. Jaime venceu!
DICA: Candidato não pode discriminar religião. Precisa agradar. Vale citar a experiência de Carvalho Pinto, candidato ao Governo Paulista, assistindo uma missa em Itú. Sem intimidade com o rito do culto, repetia os gestos do casal ao lado. Ao final da celebração confessou: “orientei-me por vocês”. O homem ponderou: “Nós também não sabemos. Somos evangélicos.”
NO VÁCUO? Vai bem a campanha de Flavio do Cabo Almi para a Câmara Federal. Em busca de espaço deixou o PT, (onde seu pai disputou 13 eleições), ingressou no Podemos e apoia Rose Modesto ao Governo. Comerciante, de fala fácil, acessível Flávio herdou as relações e qualidades de Almi, mas é bem articulado e tem luz própria. Nome interessante.
SALVAÇÃO: Discurso ajuda ou afunda o político. Candidato tinha fama de mau orador no interior gaúcho. Na hora agá dele falar de ‘improviso’ em comício no cinema, pifou a energia. Foi a salvação da lavoura. Ele aproveitou dizendo ao apresentador: “Dê a palavra a outro. Vou esperar a volta da luz, não tive tempo de decorar todo o discurso de improviso. ”
O SABERETA: Jornalista perguntou ao vereador recém-eleito sobre suas preferências literárias. Para tentar não fazer feio ele disparou: “Agora estou lendo o Pequeno Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda – mas vou parar onde estou. É um livro chato, não dá pra seguir direito - muda muito de assunto e as letras são pequenininhas.”
O DISCRETO: Geraldo Alckmin sempre foi assim. Vice-governador de Mario Covas era desconhecido. Certa feita num evento teve que preencher formulário e ganhou crachá de visitante para entrar. No elevador cumprimentou a funcionária se apresentando timidamente: “Muito prazer, sou Geraldo Alckmin”. Ela retribuiu: “Conheço o senhor de algum lugar”.
PAGOU O PATO: Em campanha no interior gaúcho, um deputado foi jantar na casa do aliado político. Pato ensopado devorado com gana. Intrigado com o garotinho à mesa que não parava de chorar pergunta-lhe: “E aí guri, não vais comer? Não gostas de pato? ” Soluçando o guri reclama: “Esse aí que o senhor está comendo era meuuu.” E voltou a chorar.
Eleição não é igual as Olimpíadas, onde ‘o importante é participar’.