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Manoel Afonso

Senadora Simone – um ano de silêncio!

Manoel Afonso | 19/02/2016 11:30

SIMONE: Até os seus companheiros do PMDB reconhecem: a atuação da senadora tem sido ‘nude’ (rosa pálido). Ela não aparece na mídia nacional e nem nos meios de comunicação daqui, onde as críticas são crescentes também quanto a sua assessoria.

JUSTIFICA? O DNA do pai aumentou a sua responsabilidade, gerou expectativa pelo seu preparo nos assuntos afins ao cargo, como provou como deputada e prefeita. Pode ser a estratégia inicial dela, mas também na política, quem não é visto não é lembrado.

A MÍDIA tem mostrado nossos políticos em Brasília. Delcídio antes da prisão, o Marun ocupando espaço na Câmara, Moka falando frequentemente na tribuna sobre temas variados que dizem respeito ao MS. Ora! Isso conta no imaginário do eleitor.

É ESTRANHO a senadora manter-se apenas como observadora do debate crítico do Senado neste cenário efervescente. Mulher, de bagagem política e cultural, não pode se engessar pelo fato de integrar o PMDB do Temer, aliás sócio de Dilma no poder.

‘SEM IBOPE’ Após romper e reatar com Dilma, rachando o PMDB, Temer está desgastado. Sua visita à nossa capital deverá ser discreta, só para pedir os 13 votos dos convencionais que lhe permitam continuar cacique maior do partido. Perdeu o discurso.

TEMER Beneficiado pelo vácuo de lideranças no PMDB, acabou companheiro de chapa de Dilma. Sem a coragem do Aureliano Chaves para tentar virar a mesa, corre o risco de terminar o mandato e a carreira de forma triste e solitário. Anote e confira.

QUE SITUAÇÃO! Na Assembleia Legislativa sinto certa inibição dos deputados do PMDB, PR e PDT no debate de matérias nacionais com os colegas do PT. Ora, se são parceiros lá em cima, a discordância aqui ganha uma pitada de incoerência. Não é?

EXEMPLO interessante ocorreu no debate sobre a volta da CPMF nesta quinta feira. Os petistas insistiam na tese da legalidade do tributo contra as opiniões de Zé Teixeira e Paulo Corrêa. Já os peemedebistas preferiam ficar equidistantes do cerne da questão.

PERCEBO que quanto mais o PMDB ficar ao lado do PT, mais desgaste terá já nas próximas eleições. O partido precisa se depurar, reencontrar aquele discurso das ruas pregado por Ulysses Guimarães, sob pena de se transformar num PFL da vida.

EXPECTATIVA Esperava-se mais do deputado Beto Pereira, pelo seu DNA e certa experiência na política. Passou 2015 praticamente em branco. Agora no PSDB afinará o discurso crítico, ocupando espaços na bancada e na Casa? Eu boto fé. Acho que sim!

CIMI Pode a Justiça Federal intervir nos atos da Assembleia Legislativa? Ora! Cabe ao TJMS – através dos 25 desembargadores mais antigos – apreciar os atos daquela Casa de Leis. Portanto, essa multa aplicada pela Justiça Federal à AL é no mínimo discutível.

'LEMBRETE' Na defesa do PT, o deputado Kemp lembra que o partido tirou 40 milhões de pessoas da pobreza. Mas isso não indulta dirigentes e filiados das safadezas que já resultaram na prisão de alguns deles. Mas ainda falta mais petistas na cadeia.

'O CAMPEÃO' Pena, seus companheiros na Assembleia Legislativa não tocam no assunto. O deputado Vander Loubet caminha para ser o recordista de denúncias junto a Procuradoria. Até aqui, 99 por lavagem de dinheiro e 11 por corrupção. E virão mais?

GONHA Dilma alterou o texto original da MP. Empresas que fraudaram nem vão precisar devolver o dinheiro para voltar a operar junto ao Governo. Assim, Dilma ajuda os ladrões e tenta enfraquecer Sergio Moro, chamado por Kemp de ‘Juiz do PSDB’.

‘BELEZA’ Essa janela partidária já em vigor é o retrato vivo da fragilidade do sistema político brasileiro. No fundo, o político não tem compromisso com a sigla que usou para se eleger e muito menos com o eleitor, que é claro – nem foi consultado nesta troca.

COMPENSAÇÃO Os políticos não podem reclamar da Dilma. Ela fermentou a verba do Fundo Partidário. Aí, não cola o papo de que a campanha deste ano será com pouco dinheiro. Além da grana do fundo, tem o dinheiro a ser passado por baixo do pano.

MUNICÍPIOS O desafio é tirá-los da dependência dos repasses do ICMS e FPM principalmente. Sem mudar a matriz econômica, folha de pagamento no limite, repasses para a Câmara e pagamento de financiamentos, sobra muito pouco para investimentos.

‘SOBREVIVENTES’ Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Sidrolândia, Chapadão do Sul, Navirai, Costa Rica, São Gabriel, Nova Andradina, Maracajú, Rio Brilhante, Aparecida do Taboado, Ribas do Rio Pardo, Água Clara. O resto, de pires na mão.

EXEMPLO Um morador de Camapuã culpou o prefeito pela falta de emprego. Pedi-lhe então que citasse as indústrias viáveis aproveitando matéria prima local. Ai admitiu que sem minerais, soja, milho, leite, madeira e carne, seria impossível atrair indústrias.

FRANCAMENTE... Num supermercado de Camapuã, o único produto da’ terra’ que encontrei era a farinha biju de mandioca. Verduras, legumes e frutas, na maioria, vêm do Ceasa da capital. Pior: essa realidade é extensiva a quase todas cidades interioranas.

LEMBRANDO: São Gabriel e Sidrolândia – por exemplo – estão dando certo porque o ambiente sócio-econômico é favorável. Tendo milho e soja a suinocultura e a avicultura florescem – agregando valores, promovendo emprego e renda para a população.

BOBAGEM Antes da criação do MS. já existiam no interior as promessas de atrair indústrias. Delírio político. Mas a economia não permite mágica. Veja: sem o plantio de eucalipto, Três Lagoas não teria matéria prima para o papel. É assim que ela funciona.

“Não se faz obra pública no Brasil sem acerto”. (Mario O. Filho, advogado de Fernando Baiano)

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