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Manoel Afonso

Vencerá a maioria ruidosa ou maioria silenciosa?

Manoel Afonso | 20/05/2022 10:08

‘CLASSUDA’:  De Canapi (AL) para o mundo! A então primeira dama Rosane Collor ao visitar Buenos Aires acompanhando seu marido presidente Fernando C. de Mello teria protagonizado um insólito chilique. Ela pediu aos gritos a demissão da cozinheira da Embaixada do Brasil porque a quituteira argentina não sabia preparar o pão de queijo, obrigatório no café da manhã da primeira dama. ‘Noblesse oblige’ (nobreza obriga).

DIFERENCIAL: Também em seu livro ‘Os Argentinos’, o jornalista Ariel Palacius  fala da admiração dos ‘hermanos’ pelo presidente Fernando H. Cardoso. Ele causava inveja ao presidente Carlos Menem ao falar à imprensa argentina em espanhol e com os jornalistas estrangeiros em inglês ou francês. FHC também serviu de tradutor de coletivas de imprensa para Menem, que era monoglota e alvo de piadas dos humoristas argentinos.

O CAVALEIRO: Na época da construção da hidrelétrica de Itaipu os argentinos temiam que o Brasil abrisse as comportas alagando várias de suas cidades. Para apaziguar os ânimos o presidente Figueiredo visitou a Argentina em 1980 e ganhou 2 cavalos do presidente Rafael Videla.  Ainda foi homenageado no estádio do São Lorenzo, time pelo qual torcia na infância durante o exílio de seu pai, general Euclides Figueiredo nos anos 1930.

‘MACAQUITOS’: A rivalidade Brasil e Argentina é alimentada hoje pelos episódios racistas no futebol mostrados na mídia.  Mas o racismo dos ‘gringos’ começou na Guerra do Paraguai. Muitos de nossos soldados que na época ainda eram escravos, lutaram ao lado dos soldados argentinos e eram ofendidos por esses. Estava plantada aí a semente do preconceito.

É O CARA? Afirmei que a deputada federal Tereza Cristina (PP) só perderia para ela mesmo. Mas a situação mudou com a pré-candidatura do ex-ministro da Saúde Luiz H. Mandetta (União Brasil) ao Senado ao lado da candidata Rose Modesto ao Governo. Ele fala bem, é articulado, sabe das dificuldades, mas promete uma campanha ativa e limpa. Vai apimentar a disputa pelo Senado. Pode crer!

DEPUTADOS & AÇÕES:  Paulo Corrêa (PSDB): É lei seu projeto denominando “Clovis de Barros” a rodovia MS-214, do entroncamento da BR-163 em Coxim ao Km 129 em Corumbá; representou a Casa no Tribunal de Contas na apreciação das contas do Governo Estadual de 2021. Zé Teixeira (PSDB): acompanhou o governador Reinaldo no lançamento e inauguração de obras em Dourados; acompanha de perto as obras rodoviárias que o Governo executa na região da Grande Dourados, Maracaju e Sidrolândia.  Lucas de Lima (PDT): Virou lei seu projeto que prevê a divulgação pelas concessionárias de água, energia, gás e telefonia móvel do ‘Ligue 180’ para denúncia de pratica de violência contra a mulher. Evander Vendramini (PP):Tem projeto prevendo punição aos agentes públicos e jurídicos por discriminação aos autistas: sua proposta prevê obrigatoriedade de dentistas nas UTIs; quer valorizar o uso da bandeira oficial do nosso Estado. Mara Caseiro (PSDB): Pede a construção de ginásio de esportes no distrito Pouso Alto de Paraíso das Águas; presidirá no próximo dia 24 audiência pública para debater assédio moral e sexual no trabalho; requer uma tenda para abrigar alunos durante reforma de escola estadual em Selvíria.

‘CHORÕES’: No papo com vereadores de Terenos na Assembleia Legislativa aflorou a reclamação de seus salários mensais: R$ 4.900,00 por uma hora semanal de reunião. Um deles lembrou que o professor ganha salário de R$ 8.000,00. Mas outro integrante da comitiva amenizou: “mas do primeiro professor ninguém esquece; do vereador ninguém se lembra”.

IRONIAS  à parte, volto a reconhecer o valor do vereador interiorano. É ele que aguenta a bucha no dia a dia. Parte do ganho é gasto com remédios, passagem de ônibus e ajuda diversas aos eleitores. O vereador é parachoque entre a população e o Executivo. Ele vereador reclama, mas adora o status que o cargo lhe proporciona. Massageia seu ego.

PROMETE! Não espere posturas diferenciadas nesta campanha eleitoral. Bolsonaristas e Lulistas já exibem uma visão preliminar de como será a guerra.  Nas redes sociais por exemplo já vale tudo: vídeos, charges, discursos e frases jocosas. Já no pleito estadual a temperatura vai aquecendo aos poucos e promete ‘gloriosos’ episódios.

INTOLERÂNCIA: É a marca registrada das postagens agressivas nas redes sociais sobre as eleições deste ano.  O fato se aplica ao pleito nacional e regional. Com a devida vênia aos institutos de pesquisas, parcela razoável do eleitorado que a gente consulta informalmente ainda não priorizou a avaliação profunda dos nomes colocados para as disputas.

O BOLSO: A crise atual influencia sim na decisão do eleitor. A escalada da inflação que impulsiona o custo de vida vem agindo como moderador de juízo. O eleitor pode decidir para o lado que ele entende representar menor perigo ou maiores chances de melhora. Portanto, a decisão final – lá na frente – estará atrelada ao fator econômico. Um voto ajuizado.

AÇÕES & DEPUTADOS:  Amarildo Cruz (PT): seu projeto obriga as instituições financeiras a registrarem as reclamações na presença dos consumidores com relação a serviços e produtos, fornecendo o comprovante do registro; criticou o uso de revolver pelo deputado João H. Catan durante a sessão e pediu apuração no Conselho de Ética.  Lídio Lopes (Patri): cicerone de vereadores e prefeitos do Cone Sul junto às Secretárias Estaduais e órgãos oficiais para solução de demandas municipais; ativo nas sessões da Casa; solicitou ao Governo Estadual a construção de galpão para Aldeia Panambi em Japorã. Neno Razuk (PL): pede abertura de clínica de hemodiálise em Naviraí para atender a demanda dos crônicos renais da região; em Naviraí ouviu reivindicações de lideranças e prestou contas de sua atuação.  José C. Barbosa (PP): pede pavimentação na BR 163 interligando Bandeirantes a Ribas do Rio Pardo: requer a Secretaria de Saúde a aquisição de 3 veículos para atender as demandas de Saúde e Família de Costa Rica. Capitão Contar (PRTB): explicou em plenário a cronologia da aferição dos relógios medidores de energia junto aos laboratórios técnicos da Politecnica.   Herculano Borges (REP): usou da tribuna para destacar os avanços e resultados positivos nestes 5 anos da lei ‘Maio Laranja’  ( combate ao abuso sexual) de sua autoria.

A DIFERENÇA: No voto nulo o eleitor manifesta o desejo de não votar no partido ou candidato, digitando um número inexistente e aperta a tecla confirma. No voto em branco o eleitor rejeita todos candidatos. Em ambos os casos o eleitor não participa do processo político administrativo do país, estado ou cidade. Naturalmente essa omissão tem um preço a pagar.

O CAMPEÃO: Na Assembleia Legislativa ouvi elogios de vereadores do interior ao senador Nelsinho Trad (PSD) por acompanhá-los aos órgãos/ministérios e intervindo para solução das suas demandas. É o senador que mais liberou verbas aos municípios. Três Lagoas, por exemplo, já foi contemplada com recursos de R$ 50 milhões. Enfim, ele efetivamente focado o mandato.

SAIA JUSTA?  Até agora a preferência de alinhamento do ex-governador Puccinelli  era para a reeleição de Bolsonaro. Mas caso se concretize o nome de Simone Tebet como cabeça de chapa presidencial da terceira via, como ficaria o ‘italiano’? Uma situação complicada por conta do duelo PSDB e MDB pela titularidade da candidatura ao Palácio do Planalto. Vale lembrar que a polarização Bolsonaro-Lula é forte em MS, hoje sem espaço para Simone.

DIFICULDADES:  Apesar dos apelos de dirigentes partidários na televisão,  está difícil atrair nomes emblemáticos e conceituados para a política. Líderes empresariais, de profissões liberais estão sendo cortejados para disputarem as eleições e na maioria dos casos tem recusado. Também por causa deste fator, insisto na tese que a renovação na Assembleia Legislativa deverá ser baixa.

DEPUTADOS & AÇÕES:  Marçal Filho (PSDB): prestigiou a visita do governador Reinaldo à Dourados e fez uso da palavra elogiando os investimentos naquela cidade. Pedro Kemp (PT): usou a tribuna para criticar o deputado João H. Catan pelo uso de revólver na sessão ‘on line’ da Assembleia; enalteceu na tribuna as ações do Conselho Estadual de Educação.   Antonio Vaz (REP): repercutiu bem sua proposta para campanha de amparo e proteção dos idosos pelas famílias; defende campanha de vacinação contra Covid e outras endemias de adultos e crianças.  Gerson Claro (PP): tem recebido visitas de vereadores, prefeitos e lideranças diversas dos municípios que visita e que representa. Acompanha de perto as obras rodoviárias do Governo Estadual na região de Maracaju, Sidrolândia e na região de Dourados.  Paulo Duarte (PSB): Motivado. Reprovou o uso de revólver pelo seu colega João H. Catan (PL); presidiu sessão na ausência do titular Paulo Corrêa (PSDB) e tem participado pessoalmente de todas as sessões do legislativo estadual.

MEMÓRIA-1:  “Agora enterramos o Pedro e o Lúdio” – frase de Wilson B. Martins após a vitória de lavada do MDB em 1986 com Marcelo Miranda eleito ao governo e Wilson ao Senado. Mal sabia Wilson que em 1988 Lúdio seria eleito prefeito de Campo Grande    derrotando seu irmão Plínio B. Martins e que em 1990 Pedro Pedrossian (que apoiou Lúdio em 1986) voltaria ao Parque dos Poderes ao derrotar Gandi Jamil (PDT) também apoiado por Wilson. Celina Jallad, filha de Wilson, era candidata a vice de Gandi Jamil. Mais uma vitória de Lúdio.

MEMÓRIA-2:  Em 1988 Lúdio derrotou o Governo Estadual (de Wilson) e a Prefeitura  da capital de Juvêncio C. da Fonseca (MDB) ao obter 64,15% dos votos contra apenas 25,10% de Plínio. Foram 111.245 votos contra 44.402 votos de Plínio, 8.121 de Nilton Servo (PDC), 7.064 de Alcides Farias (PT), 7.064 de Alan Pihtan (PCB), 922 de Bernardo Lahdo (PL) e 548 de Maria Tereza Palermo. Prestígio pessoal.

LINHA DE FRENTE: Impressiona. Todo santo dia tem notícias sobre lançamento ou inauguração de obras pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Os investimentos estaduais estão localizados tanto na zona rural como nas cidades, beneficiando regiões diversas e comunidades de todos os portes. Sem dúvida, são ações que pesam eleitoralmente. Sorte do pré-candidato Eduardo Riedel (PSDB).

‘TIRO AO ALVO’:  Pelo visto, no máximo a eventual pena ao deputado João H. Catan (PL) seria de advertência pela Comissão de Ética que ainda será formalizada. Os tiros que ele deu na transmissão direta da sessão soou mal junto aos seus pares e a opinião pública. A reação elogiada do presidente Paulo Corrêa (PSDB) foi enérgica e reprovadora.  Mas o corporativismo é forte nestas horas. Sabe como é...

A PILULA DA CORAGEM:

 “Provem que vocês estão conosco. Provem que vocês não vão nos abandonar. Provem que vocês são realmente europeus e então a vida vencerá a morte e a luz vencerá as trevas”. (Volodymyr Zelensk – presidente da Ucrânia num chamado à União Europeia.)

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