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Dengue: estratégias para lidar com o medo epidêmico

Por Lia Rodrigues Alcaraz (*) | 19/03/2024 10:50

Em um mundo onde as epidemias representam uma ameaça constante à saúde pública, o medo se torna uma emoção palpável, especialmente por ter passado por epidemias rigorosas como a COVID, quando se trata de doenças como a dengue, que já existem há um bom tempo e seguem ainda, o medo e insegurança aumentam.

A dengue, uma doença viral transmitida por mosquitos, tem sido uma preocupação global devido à sua disseminação rápida e aos potenciais riscos à saúde que acarreta. O medo epidêmico associado à dengue pode ser avassalador, gerando ansiedade, estresse e até mesmo pânico entre as populações afetadas.

No entanto, é crucial entender que o medo excessivo pode ser contraproducente. Embora seja natural sentir preocupação diante de uma ameaça à saúde, e muitas vezes não conseguir lidar com a enxurrada de informações que os meios de comunicação entregam, deixar-se consumir pelo medo pode levar a comportamentos irracionais, estigmatização e causar medos e inseguranças que ficam mais complicados de lidar. Portanto, é fundamental encontrar maneiras eficazes de lidar com o medo epidêmico relacionado à dengue.

Uma abordagem importante para lidar com o medo epidêmico é promover a educação e a conscientização pública, e principalmente sobre pensamentos internos, quando as pessoas entendem melhor a doença, seus sintomas, métodos de prevenção e tratamento disponíveis, elas se sentem mais capacitadas e menos vulneráveis. Campanhas de informação que destacam medidas preventivas, como eliminar criadouros de mosquitos, usar repelentes e cuidar da higiene pessoal e ambiental, são essenciais para capacitar as comunidades a agirem de forma proativa contra a dengue.

O apoio psicossocial também desempenha um papel crucial na gestão do medo epidêmico. Oferecer suporte emocional e recursos de saúde mental para aqueles que estão enfrentando ansiedade e estresse relacionados à dengue é fundamental. Isso pode incluir serviços de aconselhamento, grupos de apoio e atividades que promovam o bem-estar mental e emocional.

Além disso, é importante cultivar uma cultura de solidariedade e cooperação em tempos de crise epidêmica. A união das comunidades, governos, organizações não governamentais e instituições de saúde é essencial para enfrentar eficazmente a dengue e outras doenças epidêmicas. A colaboração e o apoio mútuo ajudam a fortalecer a resiliência das comunidades e a reduzir o impacto que o medo e insegurança geram.

(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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