O retorno às aulas em 2024 desperta alívio e insegurança
Depois de um período marcado por incertezas devido à pandemia e às adaptações constantes na educação, o retorno dos filhos à escola traz um suspiro de alívio para muitos pais. O sentimento de alívio é palpável, muitos pais reconhecem o valor da educação presencial e o papel fundamental que a escola desempenha no desenvolvimento acadêmico, social e emocional de seus filhos. Após períodos de aulas remotas e semipresenciais, o retorno à sala de aula é percebido como um passo em direção à normalidade, à rotina familiar e ao contato humano tão necessário para o crescimento saudável das crianças e adolescentes. No entanto, essa sensação é acompanhada por uma dose considerável de insegurança.
A pandemia ainda não é uma lembrança distante, e os desafios permanecem. Os pais se preocupam com a segurança sanitária de seus filhos e da comunidade escolar. Mesmo com os avanços na vacinação e nas medidas de prevenção, há um receio latente em relação a novas variantes do vírus e ao potencial de transmissão nas escolas.
Além disso, há preocupações sobre o impacto emocional do retorno às aulas. Muitas crianças e adolescentes enfrentaram ansiedade, isolamento e dificuldades de aprendizado durante o período de ensino remoto. O retorno à escola pode gerar uma mistura de emoções, desde a alegria de reencontrar amigos até a ansiedade diante das mudanças e dos desafios acadêmicos.
Os pais também lidam com incertezas em relação ao futuro da educação. As transformações aceleradas pela pandemia trouxeram à tona questões sobre o papel da tecnologia, a flexibilidade do ensino e as habilidades necessárias para o século XXI. Nesse contexto, os pais se perguntam como podem apoiar seus filhos em um mundo em constante mudança e como garantir que recebam uma educação de qualidade que os prepare para os desafios do futuro.
Diante desse cenário complexo, os pais buscam equilibrar o alívio do retorno à normalidade com a responsabilidade de garantir a segurança e o bem-estar de seus filhos. Permanecerem vigilantes, adaptáveis e comprometidos em apoiar o crescimento e o desenvolvimento de suas crianças, mesmo diante das incertezas que o futuro possa trazer, é o maior desafio.
(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.
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