Por que devemos separar e descartar corretamente nossos resíduos?
O mundo evolui e se desenvolve de forma contínua. Em 1950, éramos 2,5 bilhões de pessoas na Terra e, hoje, já somos 7,7 bilhões. E seguiremos crescendo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a expectativa é de que até 2050 sejamos 9,7 bilhões de pessoas vivendo em nosso planeta, consumindo e... gerando resíduos.
Somente no Brasil, cada cidadão gera em torno de 1,035 quilo de resíduos todos os dias, segundo panorama da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Considerando que somos 211 milhões de brasileiros, juntos produzimos 218 mil toneladas de resíduos a cada 24 horas.
Quem é responsável por cuidar de todos esses descartes? A responsabilidade é compartilhada entre todos os atores envolvidos nessa cadeia e nós, como cidadãos, temos de fazer a nossa parte que é separar e descartar corretamente todos os resíduos que geramos.
O que queremos dizer com “separar e descartar corretamente”? Cada tipo de resíduo gerado tem o seu destino correto. Segundo a ABRELPE, 30% dos resíduos sólidos produzidos no País apresentam potencial para a reciclagem e precisamos evitar, ao máximo, que esses itens sejam desperdiçados ao serem encaminhados para os aterros sanitários, local que deve receber apenas aqueles materiais sem possibilidade de reaproveitamento.
Nesse contexto, nós, cidadãos, precisamos separar todos esses materiais dentro de casa para garantir o descarte correto. Para cumprir essa tarefa, não é preciso muito. O primeiro passo deve ser providenciar dois coletores separados: um para recicláveis e outro para não-recicláveis. O segundo passo, criar o hábito, ou seja, incluir a cultura da reciclagem na rotina.
Sempre que tivermos, em mãos, um material que vai ser descartado, devemos parar, pensar e dispensá-lo no coletor correto. Como saber o que vai em cada um? Com o tempo nós vamos aprendendo, mas podemos partir de um princípio básico: plástico (incluindo Isopor®), papel, vidro, alumínio e aço costumam ser recicláveis. Caso sejam embalagens de comida, elas precisam ser limpas antes do descarte, com um guardanapo usado, ou lavadas com água de reúso.
Importante lembrar que, da cozinha, costumam sair muitos materiais recicláveis, mas o banheiro não fica para trás. Embalagens no geral, como as de sabonete, xampu e creme dental; bem como escovas de dentes, pentes e até mesmo o miolo do papel higiênico vão para o coletor de recicláveis.
Paralelamente, há, também, alguns itens especiais, que não devem ser descartados em nenhum desses dois coletores, mas sim separados e encaminhados a pontos de coleta específicos. Entre esses itens estão resíduos eletrônicos (como celulares antigos, eletrodomésticos diversos e computadores que pararam de funcionar), pilhas e baterias, lâmpadas e medicamentos.
Na sequência, é preciso fazer o descarte correto para que o trabalho da separação não seja em vão. Alguns bairros contam com a coleta seletiva porta a porta, ou seja, um caminhão mantido pela gestão pública passa em dias e horários específicos para recolher os recicláveis em nossas casas, um grande benefício que aos poucos está sendo ampliado por todo o país. Nas regiões onde esse serviço ainda não está disponível, podemos juntar os recicláveis e levá-los periodicamente às cooperativas ou pontos de entrega voluntária (PEVs) espalhados pelas cidades.
Em ambos os casos, os recicláveis serão tratados por profissionais que atuam nesse ramo, haverá uma triagem por tipo de material, e cada resíduo seguirá seu ciclo sendo comercializado para as indústrias recicladoras que os transformam em matérias-primas garantindo o reaproveitamento.
Quando aderimos à separação e ao descarte correto de todos os nossos resíduos, contribuímos com o meio ambiente, evitando a sobrecarga dos aterros sanitários e a poluição, mas também auxiliamos nas vertentes social e econômica, visto que a reciclagem auxilia na geração de emprego e na redução da pobreza.
Agora que sabe de tudo isso, você vai começar a separar e descartar corretamente todos os seus resíduos? Contamos com a sua parceria!
*Este é um conteúdo produzido pelo “Projeto Resíduos Sólidos – Disposição Legal” realizado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (CAOMA/Núcleo Ambiental), Tribunal de Contas Estadual, SEMAGRO do Governo do Estado e UEMS. Este Projeto visa buscar alternativas para extinção dos lixões e implementação da Lei de Resíduos Sólidos no Estado, em especial desenvolvendo soluções consorciadas benéficas para toda a sociedade estadual.